27 de abr 2025
Quadrilhas fraudam aposentados do INSS e desviam R$ 6,3 bilhões em esquema criminoso
Quadrilhas fraudam R$ 50 milhões mensais de aposentados, revelando um esquema que envolve 11 entidades e gera apreensões de R$ 1 bilhão.
Fachada do prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no viaduto Santa Ifigênia, região central de São Paulo (Foto: Zanone Fraissat - 8.jan.24/Folhapress)
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Quadrilhas foram desmanteladas pela Polícia Federal (PF) em uma operação que revelou um esquema de fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As investigações apontam que essas organizações criminosas estavam desviando R$ 50 milhões mensais utilizando dados pessoais dos beneficiários para realizar descontos indevidos.
A operação, que ocorreu em quatorze estados e Brasília, resultou na apreensão de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão, incluindo veículos de luxo como uma Ferrari e um Porsche. A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) também estão envolvidos nas investigações, que podem revelar um desvio total de até R$ 6,3 bilhões.
Uma pesquisa da CGU com 1.300 aposentados indicou que 97% não autorizaram os descontos. Além disso, 70% das entidades investigadas foram credenciadas pelo INSS sem a documentação necessária. A PF cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e prendeu três pessoas durante a operação.
A situação se agrava com a revelação de que o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido após a operação. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, afirmou que a responsabilidade pela indicação de Stefanutto era dele. O governo, que já havia sido alertado sobre os descontos indevidos, agora tenta mostrar ação para proteger os aposentados.
Entre os envolvidos, destaca-se a Ambec, uma entidade que, segundo o TCU, tinha apenas três associados em dezembro de 2021, mas cresceu para 600 mil dois anos depois. O empresário Maurício Camisotti é apontado como figura central da organização. A Justiça já suspendeu as operações da Ambec e bloqueou R$ 174 milhões de suas contas.
A inércia do governo em agir contra as fraudes e a falta de medidas de segurança, como a biometria para autorizações de descontos, são criticadas. O caso de Josefa Brito, uma aposentada que perdeu R$ 45 mensais, exemplifica a situação de muitos que lutam para reaver seus direitos.
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