Política

Lula e Boric anunciam rota rodoviária entre Brasil e Chile, mas especialistas criticam projeto

Nova rota rodoviária entre Brasil e Chile gera polêmica; especialistas questionam viabilidade e custos em meio a críticas ao transporte rodoviário.

CONEXÃO - Ponte entre Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, e Carmelo Peralta, no Paraguai: rota para exportadores (Foto: Saul Schramm/Governo de Mato Grosso do Sul)

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Recentemente, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gabriel Boric anunciaram uma nova rota rodoviária que conectará os portos brasileiros de Santos e Paranaguá aos portos chilenos de Iquique, Mejillones e Antofagasta. O projeto, que custará R$ 19 bilhões, visa aumentar as exportações brasileiras, especialmente para a China.

A rota, com extensão de 3.320 quilômetros, será finalizada no primeiro semestre de 2026. O trecho brasileiro terá cerca de 1.500 quilômetros e será financiado pelo Orçamento federal e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O governo argumenta que a nova rota reduzirá o tempo e os custos de transporte, permitindo que os navios economizem até doze dias na viagem até Xangai.

Entretanto, especialistas questionam a viabilidade do projeto. Olivier Girard, presidente da consultoria Macroinfra, afirma que “ninguém garante que trará ganhos aos exportadores”. A opção por rodovias é criticada, pois o transporte rodoviário representa até 75% do custo total para exportar grãos para a China. Em um estudo da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), foi revelado que o transporte rodoviário para o Porto de Santos custa R$ 103,00 por tonelada, enquanto o frete marítimo é de apenas R$ 35,00.

Críticas à Rota Rodoviária

Maria Fernanda Hijjar, sócia da consultoria Ilos, destaca que “caminhões são adequados para distâncias de até 500 quilômetros”. A nova rota, que cruzará a Argentina, Paraguai e Chile, pode enfrentar atrasos nas fronteiras devido à liberação alfandegária. Além disso, o trajeto atravessará a Cordilheira dos Andes, onde o trânsito de veículos pesados é restrito.

Apesar das críticas, o governo acredita que a nova rota aumentará o intercâmbio comercial com os países vizinhos. Em 2024, a América do Sul contribuiu com R$ 6,3 bilhões dos R$ 75 bilhões de superávit do Brasil em transações internacionais. O secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento, João Villaverde, afirma que “negociar com os vizinhos faz sentido no mundo todo”.

A nova rota rodoviária representa um investimento significativo em um modelo de transporte que, segundo especialistas, pode não ser o mais eficiente para o Brasil.

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