10 de mai 2025
Governo Lula autoriza acesso a dados pessoais para aprimorar benefícios sociais
Governo Lula permite acesso a dados pessoais para reformular o BPC, mas gera preocupações sobre privacidade e conformidade com a LGPD.
Prédio da Dataprev, localizado em Brasília (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
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O governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, publicou um decreto que permite ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos acessar dados pessoais de cidadãos. A medida visa reformular o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e reduzir fraudes, mas levanta preocupações sobre privacidade e conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O decreto, publicado em três de abril, autoriza o acesso a informações de órgãos públicos e prestadoras de serviços essenciais, como água e energia. A estatal Dataprev será responsável por analisar esses dados para aprimorar a concessão e manutenção de benefícios sociais. O governo estima que a reformulação do BPC pode gerar uma economia de R$ 12 bilhões até 2030.
Entidades da sociedade civil manifestaram preocupação com a possibilidade de um sistema de avaliação automática que poderia comprometer a privacidade dos beneficiários. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) iniciou uma avaliação da legalidade do decreto, afirmando que não foi consultada antes de sua publicação. O MGI, em resposta, anunciou que publicará uma versão alterada do decreto e abrirá uma consulta pública para abordar as preocupações levantadas.
Preocupações com a Privacidade
Organizações como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o InternetLab enviaram um ofício ao governo solicitando alterações no decreto. O documento destaca o risco de que beneficiários possam perder seus direitos devido a falhas no sistema de análise de dados. A ANPD também enfatizou a necessidade de um relatório de impacto à proteção de dados, uma prática que não foi seguida neste caso.
O MGI afirmou que a nova versão do decreto esclarecerá que apenas o endereço será compartilhado, preservando o CPF dos cidadãos, conforme a LGPD. No entanto, especialistas alertam que a falta de governança adequada pode resultar em problemas legais, como já ocorreu em decisões anteriores do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionadas ao compartilhamento de dados.
A ANPD continua monitorando a situação e reafirma seu compromisso com a proteção de dados pessoais. O futuro do BPC e a implementação das novas regras dependem da adequação do decreto às normas de proteção de dados.
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