Política

Empresas privadas de detenção se beneficiam com políticas de deportação de Trump

A volta de Trump à presidência impulsiona contratos de detenção de imigrantes, elevando lucros de empresas privadas e ampliando a capacidade de deportações.

O GEO Group e a CoreCivic são as empresas privadas que administram a maior parte dos centros para migrantes nos Estados Unidos. (Foto: BBC)

O GEO Group e a CoreCivic são as empresas privadas que administram a maior parte dos centros para migrantes nos Estados Unidos. (Foto: BBC)

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Nos Estados Unidos, as prisões e centros de detenção de imigrantes são geridos por empresas privadas, como o GEO Group e a CoreCivic, que lucram com contratos governamentais. Com a volta de Donald Trump à presidência, as ações dessas empresas dispararam e novos contratos para reabertura de centros de detenção foram firmados, visando aumentar a capacidade para deportações em massa.

A volta de Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro, e sua promessa de implementar uma política de deportações em massa fez com que o valor das ações do GEO Group subisse cerca de 90% e da CoreCivic, 50%. O fundador do GEO Group, George Zoley, afirmou que a empresa está preparada para aproveitar as oportunidades que surgirão. Em 2024, a empresa teve uma receita de US$ 2,4 bilhões e espera dobrar seus serviços durante o segundo mandato de Trump.

A CoreCivic, por sua vez, registrou receita de US$ 2 bilhões em 2024 e projeta um crescimento significativo. O diretor-executivo da empresa, Damon Hininger, declarou que este é um dos períodos mais emocionantes de sua carreira. As duas empresas são apoiadas por grandes fundos de investimento, como BlackRock e Vanguard.

Reabertura de Centros de Detenção

Recentemente, o GEO Group anunciou a reabertura do centro de detenção Delaney Hall, em Nova Jersey, com um contrato de 15 anos no valor de US$ 1 bilhão. Este será o primeiro centro reaberto sob o novo governo. O centro, que já funcionou entre 2011 e 2017, gerará mais de US$ 60 milhões no primeiro ano de operação. Organizações comunitárias protestaram contra essa reabertura, afirmando que as políticas de deportação não respeitam os direitos dos detidos.

A CoreCivic também firmou um contrato para reabrir o centro de detenção de Dilley, no Texas, que abrigava famílias. Este centro, que foi desativado em 2024, espera oferecer 2.400 leitos ao governo. O administrador da cidade de Dilley afirmou que o local será limpo e organizado, embora reconheça os desafios enfrentados pelos detidos.

Meta de Aumentar a Capacidade

O governo Trump busca deportar pelo menos um milhão dos cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados nos EUA. Para isso, é necessário aumentar a capacidade dos centros de detenção, que atualmente abriga cerca de 48 mil pessoas, acima da capacidade máxima de 41,5 mil leitos. O "czar da fronteira", Tom Homan, afirmou que serão necessários 100 mil leitos para atender à demanda.

A Casa Branca está buscando aprovação do Congresso para aumentar o financiamento necessário. O ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos) solicitou agilidade nos processos de contratação para centros de detenção em vários estados. O governo também convidou empresas privadas a apresentar propostas de ampliação da rede de centros, com um valor estimado de US$ 45 bilhões para os próximos dois anos.

As empresas privadas, como o GEO Group e a CoreCivic, desempenham um papel crucial na implementação das políticas de deportação do governo Trump, que enfrenta desafios para garantir a infraestrutura necessária para abrigar um número crescente de imigrantes detidos.

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