Política

Prefeitura e governo estadual planejam remoção de mil famílias no Jardim Pantanal

Moradores do Jardim Pantanal temem remoção em áreas de risco sem garantias de moradia definitiva e auxílio aluguel.

Jardim Pantanal ficou quase uma semana debaixo d'água: caiaques se espalharam pelas ruas do bairro (Foto: Edilson Dantas/Agência O GLOBO)

Jardim Pantanal ficou quase uma semana debaixo d'água: caiaques se espalharam pelas ruas do bairro (Foto: Edilson Dantas/Agência O GLOBO)

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o governador Tarcísio de Freitas anunciaram um plano para remover mais de mil famílias do Jardim Pantanal, a partir de julho. A medida visa proteger os moradores de áreas de risco, especialmente devido às enchentes recorrentes na região.

Moradores expressaram preocupação com a falta de informações sobre a realocação e o auxílio-aluguel. Reginaldo Pereira, da Associação de Moradores e Amigos do Jardim Pantanal, destacou que não houve consulta prévia e que muitos temem a continuidade do auxílio sem garantias de moradia definitiva. “As pessoas precisam ser esclarecidas sobre para onde vão e o que vai ser feito”, afirmou.

O Jardim Pantanal, localizado no extremo da Zona Leste, é conhecido por seu histórico de alagamentos. Em fevereiro, uma nova enchente deixou ruas submersas por cinco dias. Especialistas alertam que a remoção de famílias de áreas de risco deve ser acompanhada de soluções habitacionais efetivas, algo que nem sempre ocorre. Dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que mais de 1,7 milhão de pessoas vivem em favelas na capital paulista.

A Secretaria Municipal de Habitação informou que as famílias afetadas receberão assistência e poderão optar entre realocação ou indenização. No entanto, ainda não foram divulgadas informações sobre o novo projeto habitacional. O plano para o Jardim Pantanal prevê a remoção de mais de 4 mil imóveis até 2029, mas a falta de detalhes sobre as novas moradias gera incertezas entre os moradores.

O auxílio-aluguel, que atualmente é de R$ 400,00, foi congelado por dez anos e, em casos de remoção, pode aumentar para R$ 600,00 por até 18 meses. Muitas famílias, como a de Lindaci Silva Aquino, estão há anos aguardando a entrega de moradias definitivas. Lindaci, que recebe o auxílio há 11 anos, relatou que o valor não cobre o aluguel atual.

A gestão municipal promete realizar audiências públicas para discutir o projeto Recupera Pantanal, mas os moradores ainda aguardam informações concretas sobre suas futuras residências. A situação levanta questões sobre a eficácia das políticas habitacionais e a necessidade de um diálogo mais próximo com a população afetada.

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