20 de mai 2025
Chileno desapropria parte da Villa Baviera para transformar em memorial de direitos humanos
Desapropriação de 116 hectares da Villa Baviera para memorial de direitos humanos gera tensão entre colonos e governo chileno.
A Villa Baviera, anteriormente conhecida como Colônia Dignidade, no Chile (Foto: Rodrigo Arangua / AFP)
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A Colônia Dignidade, antiga sede de repressão durante a ditadura chilena, será desapropriada pelo governo chileno em 2024. O presidente Gabriel Boric determinou a desapropriação de 116 hectares da Villa Baviera, afetando 122 colonos que agora devem vender suas propriedades ao Estado. O objetivo é transformar a área em um memorial para as vítimas de abusos de direitos humanos.
A Villa Baviera, que foi renomeada em 1991, abriga uma comunidade que ainda carrega os traumas do passado. Durante a liderança de Paul Schäfer, cerca de 250 moradores foram submetidos a condições análogas à escravidão. O local também serviu como prisão e centro de tortura para opositores do regime de Augusto Pinochet. Estima-se que 26 opositores desapareceram na área.
O governo chileno pretende concluir a desapropriação até março, quando Boric deixará o cargo. O ministro da Justiça e Direitos Humanos, Jaime Gajardo, afirmou que o memorial será o maior do país, com cerimônias de recordação semelhantes às dos campos de concentração nazistas. Atualmente, a colônia opera como um centro agrícola e de turismo, com restaurantes e hotéis.
Os colonos, que conhecem cada detalhe do local, expressam preocupação com a perda de suas casas e modos de vida. Markus Blanck, um dos gerentes do enclave, lamenta que a desapropriação "praticamente tira toda a nossa existência". O governo assegura que a desapropriação segue a legislação e que um preço justo será pago pelos ativos.
Desde a prisão de Schäfer em 2005, a vida na Villa Baviera começou a mudar, permitindo que os colonos formassem famílias e tivessem acesso a direitos básicos. No entanto, agora enfrentam a nova ameaça da desapropriação, que muitos veem como uma forma de vingança. A comunidade, marcada por abusos, ainda convive com os traumas do passado e busca contestar a decisão na Justiça.
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