22 de mai 2025

Acordo traz alívio e novas perspectivas; confira a entrevista ao Estadão
Evanildo Bechara defende o novo acordo ortográfico, que elimina o trema e simplifica a escrita, promovendo a unificação da língua portuguesa.
Foto:Reprodução
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Evanildo Bechara, imortal da Academia Brasileira de Letras, é uma referência em gramática e ortografia, especialmente sobre o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa. A partir de 1º de janeiro de 2013, o Brasil adotará definitivamente as novas regras, que incluem a eliminação do trema e de outros acentos.
Bechara, que ocupa a cadeira 33 da ABL desde 2000, mantém hábitos simples, como andar de ônibus e almoçar no restaurante Toledo, onde aprecia histórias da vida real. Ele considera a remoção do trema um alívio para quem escreve, afirmando que "tiramos um peso dos ombros de quem escreve". Além do trema, o acento agudo de "ideia" e o circunflexo de "voo" e "enjoo" também serão abolidos.
As novas regras, que já estão em vigor desde 2009, foram acordadas entre os países de língua portuguesa, incluindo Portugal e Angola. Durante o período de adaptação, tanto a grafia antiga quanto a nova foram aceitas. No entanto, a partir de 2013, documentos e provas escolares deverão seguir as novas normas.
Preparação para a Mudança
Bechara acredita que o Brasil está pronto para a mudança, ressaltando que a ortografia está ligada à memória visual. "Hoje, vamos ao aeroporto e já vemos a palavra voo sem aquele acento circunflexo", observa. Apesar disso, há resistência, como a proposta da senadora Ana Amélia, que sugere estender o período de adaptação por mais seis anos. Sua proposta, no entanto, ainda não foi respondida.
Em Portugal, a resistência é maior, com figuras como o poeta Vasco Graça Moura se opondo ao acordo. Bechara defende que uma única ortografia facilita a circulação da língua no mundo, tanto cultural quanto comercialmente. Ele destaca que "uma língua que tem uma só ortografia circula no mundo com mais facilidade".
Benefícios do Acordo
O novo acordo ortográfico não apenas simplifica a escrita, mas também promove a unificação da língua portuguesa. Bechara explica que, embora as mudanças sejam pequenas, elas são significativas para a pedagogia da língua. "Uma ortografia unificada só serve para dar lucro", afirma, ressaltando que a unificação reduz custos de produção de livros.
A resistência à mudança é compreensível, mas Bechara acredita que vale a pena o sacrifício. Ele observa que a língua é dinâmica e se adapta às necessidades de comunicação de diferentes grupos sociais. A norma culta e a linguagem coloquial coexistem, e a educação deve priorizar a norma padrão em contextos formais, como em provas do Enem.
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