29 de mai 2025
Colombianos buscam novos destinos na América do Sul diante de barreiras migratórias
A migração colombiana se redireciona para o sul da América Latina, enquanto a ajuda humanitária enfrenta cortes alarmantes.
Vários passageiros fazem fila para abordar um voo internacional no aeroporto El Dorado, em Bogotá, em 1º de fevereiro de 2024. (Foto: Nathalia Angarita)
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A migração colombiana enfrenta um novo cenário em 2025, com 145 mil pessoas deixando o país até maio, um número que se aproxima do total de 314 mil registrado em 2024. As políticas anti-imigração dos Estados Unidos e do México têm forçado muitos colombianos a buscar novos destinos, como Chile, Argentina e Brasil.
O governo espanhol, sob a liderança do socialista Pedro Sánchez, continua a adotar uma postura mais aberta em relação à imigração, com 107 mil colombianos se mudando para a Espanha em 2024. Em contraste, países como o Reino Unido e a Alemanha impuseram restrições, aumentando as tensões com Bogotá. A Alemanha, por exemplo, viu um aumento significativo nas solicitações de asilo, levando a uma queda de 42% nas petições nos primeiros meses de 2025, após um acordo com a Colômbia.
A migração irregular para os Estados Unidos também diminuiu. Em 2021, 111 mil colombianos emigraram para lá, mas em 2025, apenas 25 mil fizeram o mesmo. As detenções na fronteira com o México caíram drasticamente, com apenas 365 colombianos sendo parados em fevereiro, a menor cifra em quatro anos. O México, que já foi um destino popular, viu a migração colombiana cair para pouco mais de 6 mil neste ano.
Novos Destinos e Desafios
A mudança de rota para o sul da América Latina reflete a busca por alternativas mais seguras. Simon Tomasi, do Mixed Migration Centre, destaca que muitos colombianos agora buscam estabilidade em países vizinhos. Um estudo revelou que 62% dos migrantes deixaram a Colômbia devido à violência e insegurança, enquanto 81% mencionaram a falta de oportunidades financeiras.
Além disso, a crise humanitária em Colombia se agrava com a redução das doações internacionais. A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) alerta que mais de 7 milhões de colombianos necessitam de assistência, e a falta de recursos pode comprometer a proteção de refugiados e deslocados internos. A representante da Acnur, Mireille Girard, enfatiza que o apoio internacional é crucial, especialmente em um contexto de crescente violência e desastres naturais.
A migração colombiana, portanto, não apenas se adapta a novas realidades, mas também enfrenta desafios significativos, tanto em termos de acolhimento nos novos destinos quanto na manutenção de direitos e proteção para os deslocados.
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