Política

Avós da Praça de Maio celebra a recuperação da 139ª neta sequestrada durante a ditadura argentina

Avós da Praça de Maio anunciou a recuperação da neta 139, sequestrada em 1978. A identidade foi confirmada por teste de DNA, após denúncia anônima em novembro. O casal, Noemí Macedo e Daniel Inama, foi sequestrado em 1977 e permanece desaparecido. O anúncio ocorre em meio ao negacionismo da ditadura sob o governo de Javier Milei. A organização ainda busca cerca de 300 netos desaparecidos desde a ditadura militar.

Avós da Praça de Maio encontram 139ª neta, roubada durante a ditadura argentina. (Foto: Reprodução)

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A organização de direitos humanos Avós da Praça de Maio anunciou nesta terça-feira a recuperação da 139ª neta, sequestrada durante a ditadura argentina (1976-1983). A neta é filha de Noemí Macedo e Daniel Inama, sequestrados em 1977 e desaparecidos desde então. Estela de Carlotto, presidente da organização, expressou sua alegria ao afirmar: "As Avós da Praça de Maio anunciam com grande alegria a restituição de mais uma neta apropriada durante a última ditadura civil-militar".

A neta recuperada nasceu entre janeiro e fevereiro de 1978, enquanto sua mãe estava grávida durante o cativeiro. Os pais foram sequestrados em novembro de 1977, e ambos foram vistos em um centro clandestino de detenção em Buenos Aires. A organização estima que ainda existam cerca de 300 netos a serem encontrados, todos roubados durante o cativeiro de suas mães e entregues a famílias ligadas ao regime militar.

Este anúncio ocorre em um contexto desafiador, já que o governo de Javier Milei tem se oposto ao tratamento histórico da ditadura. Milei e sua vice, Victoria Villarruel, questionam o número de desaparecidos, que as organizações de direitos humanos estimam em 30.000, sugerindo que o número real seria mais próximo de 8.700. A recuperação da neta foi possível após uma denúncia anônima e a comparação de DNA com familiares de desaparecidos.

A luta das Avós da Praça de Maio continua, mesmo em um cenário hostil. O governo de Milei cortou o financiamento estatal, forçando a organização a buscar apoio internacional. Com apenas três integrantes remanescentes, a urgência em encontrar os netos desaparecidos é crescente. A cada nova identificação, a organização reconstrói a história das famílias afetadas pela repressão militar, mantendo viva a memória dos que foram sequestrados e desaparecidos.

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