21 de jan 2025
Panamá critica Trump e reafirma soberania sobre o Canal em carta à ONU
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, reafirmou a soberania panamenha sobre o canal. Trump fez declarações polêmicas, sugerindo controle chinês e uso de força militar. O Panamá enviou carta à ONU criticando as ameaças de Trump e reafirmando sua posição. Auditoria em empresa chinesa que opera portos no canal foi anunciada pelo governo panamenho. O canal é vital para o comércio global, gerando R$ 4 bilhões anuais ao Panamá.
Navio navega pelo Canal do Panamá na Cidade do Panamá, Panamá, em 10 de janeiro de 2024 (Foto: Alejandro Cegarra/The New York Times)
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O Panamá enviou uma carta formal ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao Conselho de Segurança, criticando os comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o Canal do Panamá. Durante seu discurso de posse, Trump afirmou que o canal, que foi entregue ao Panamá em 1999, estava sendo "recuperado" pelos EUA, o que gerou indignação. O presidente panamenho, José Raúl Mulino, rejeitou as declarações de Trump, afirmando que "o canal é e continuará sendo do Panamá".
Na carta, o Panamá citou artigos da carta da ONU que proíbem ameaças à integridade territorial dos Estados membros, sugerindo que as declarações de Trump violaram esses princípios. Embora o Panamá não tenha solicitado uma reunião do Conselho de Segurança, diplomatas indicaram que isso poderia ocorrer se as tensões aumentassem. Trump, por sua vez, tem atacado o Panamá, alegando falsamente que o país cedeu o controle do canal à China, o que foi desmentido por Mulino.
Em resposta às ameaças de Trump, Mulino reafirmou que o Canal do Panamá não foi uma concessão dos EUA, mas sim uma questão de soberania. Durante o Fórum Econômico de Davos, ele declarou que o Panamá não se distrai com as declarações de Trump e que a soberania do país é inegociável. Além disso, o governo panamenho anunciou uma auditoria na Panama Ports Company, uma subsidiária da Hutchison Ports, que opera portos no canal, como parte de um esforço para garantir a transparência na gestão dos recursos públicos.
As tensões entre os EUA e o Panamá refletem preocupações mais amplas sobre a influência da China na região. Embora a presença chinesa no Panamá seja significativa, com investimentos em infraestrutura, o governo panamenho insiste que não há controle chinês sobre o canal. A situação é complexa, com o Panamá enfrentando desafios climáticos e uma crescente crise migratória, enquanto tenta manter sua soberania e relações diplomáticas estáveis.
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