25 de jan 2025
Brasil enfrenta dificuldades em mediar conflitos internacionais, avaliam especialistas
Lula da Silva é criticado por Zelensky, que nega papel do Brasil nas negociações. Tentativa de resolução de cessar fogo em Gaza foi vetada pelos EUA em outubro. Diplomatas elogiaram esforços do Brasil, mas crise diplomática com Israel se intensificou. Relações com Maduro se deterioraram, apesar de tentativas de mediação na Venezuela. Especialistas afirmam que Brasil carece de influência e vontade das partes para mediar.
Visão de drone mostra palestinos deslocados caminhando pelos escombros enquanto tentam retornar para suas casas, em meio a um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, no norte da Faixa de Gaza. (Foto: REUTERS/Mahmoud Al-Basos)
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O Brasil não conseguiu se firmar como mediador em crises globais, como a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza, segundo especialistas consultados pela GloboNews. Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, havia expectativas de que o país pudesse atuar como um conciliador em conflitos internacionais. No entanto, a falta de disposição das partes envolvidas e a influência de outros países dificultaram essa atuação. O diplomata Marcos Azambuja destacou que a mediação só é viável quando há interesse mútuo em negociar.
Em julho de 2023, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou esperança de que Lula pudesse facilitar um diálogo entre líderes latino-americanos sobre a paz. Lula enviou o assessor especial Celso Amorim para conversas na Ucrânia e na Rússia e propôs a criação de um "clube da paz". Contudo, as relações entre Lula e Zelensky se deterioraram, com críticas mútuas que culminaram na declaração de Zelensky de que Lula não era mais um "player" nas negociações de paz.
No caso da Venezuela, Lula convidou Nicolás Maduro a Brasília e buscou promover um diálogo sobre a democracia no país. Apesar de um encontro em 2023 e a proposta de um Acordo de Barbados, as relações entre os dois líderes esfriaram, e a legitimidade das eleições na Venezuela em 2024 foi contestada. Azambuja ressaltou que mudanças na postura de Maduro dependem mais de sua vontade do que de intervenções externas.
Recentemente, o Brasil tentou aprovar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo em Gaza, mas a proposta foi vetada pelos Estados Unidos. O diplomata Alessandro Candeas atribuiu o insucesso à disfuncionalidade da ONU, enquanto assessores de Lula afirmaram que, apesar das dificuldades, o Brasil participou de discussões sobre a guerra na Ucrânia e colaborou com a China em uma proposta de paz. A atuação do Brasil é vista mais como política do que mediadora, refletindo a complexidade das relações internacionais atuais.
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