24 de mar 2025
Celso Amorim destaca papel futuro do Brasil nas negociações sobre a Ucrânia
Brasil se afasta temporariamente das negociações sobre a guerra na Ucrânia, mas pode voltar a atuar como mediador, afirma Celso Amorim.
O assessor especial da presidência, Celso Amorim, 26/06/2023. (Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
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O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, declarou em entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que o Brasil, assim como outras nações que buscam soluções diplomáticas para a guerra na Ucrânia, está temporariamente excluído das discussões mais significativas sobre o conflito. Ele destacou que essa ausência não se limita ao Brasil, mas inclui também países como a França, que tinham propostas de paz. Amorim atribuiu essa situação à recente reaproximação entre Rússia e Estados Unidos, impulsionada pelo presidente Donald Trump, que, segundo ele, alterou o cenário diplomático global.
Apesar da atual exclusão das negociações, Amorim acredita que o Brasil ainda pode desempenhar um papel importante como mediador no futuro. Ele mencionou que, à medida que o diálogo entre EUA, Rússia e Ucrânia avança, esses países poderão precisar de outros mediadores, o que abriria espaço para a participação do Brasil. “Deixa as coisas evoluírem. No momento adequado, nós vamos ter, sim, um papel”, afirmou Amorim, sugerindo que a multilateralização do processo é essencial para evitar tensões entre as potências.
Amorim também defendeu a ideia de que a liderança internacional do presidente Lula não está enfraquecida. Ele ressaltou que a agenda internacional do presidente continua ativa, com viagens programadas a Moscou e Pequim em maio, onde Lula se reunirá com Vladimir Putin e Xi Jinping, respectivamente. Segundo Amorim, essas visitas demonstram que o Brasil não está subordinado a interesses ocidentais, mas sim atuando como um agente ativo no Sul Global.
Quando questionado sobre rumores de que Lula teria sido aconselhado a recuar em sua atuação internacional, Amorim foi claro: “Não por mim. E acho que o presidente não se deixa orientar. Ele é dono da cabeça dele.” Essa afirmação reforça a autonomia do presidente em sua política externa, mesmo em um cenário complexo e em constante mudança.
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