29 de jan 2025
Atrito entre Colômbia e EUA abre espaço para influência da China na América Latina
Donald Trump impôs tarifas de 25% à Colômbia, gerando incertezas na política externa. A China intensificou laços comerciais com a Colômbia, buscando novas alianças. Gustavo Petro elevou relações com Pequim a uma parceria estratégica em 2023. O comércio China América Latina cresceu para mais de US$ 450 bilhões em 2022. A imprevisibilidade de Trump pode afastar aliados e favorecer a influência chinesa.
Gustavo Petro (à esquerda) e Xi Jinping (à direita): a Colômbia, historicamente cautelosa com a China, agora avança para uma parceria estratégica. (Foto: Ken Ishii/Pool/Getty Images)
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O recente conflito entre a Colômbia e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destaca a imprevisibilidade do processo decisório americano, servindo como alerta para outros países. A imposição de tarifas de 25% a um aliado por não atender a exigências de deportação, embora revertida rapidamente, demonstrou a disposição de Trump em agir de forma impulsiva. Deborah Elms, diretora da Hinrich Foundation, ressaltou que essa atitude é um lembrete de que o presidente pode agir sem aviso prévio, o que gera incertezas para nações que mantêm laços com os EUA.
A China, por sua vez, está se posicionando para aproveitar essa instabilidade. O embaixador chinês na Colômbia, Zhu Jingyang, afirmou que as relações entre a China e a América Latina estão em seu melhor momento, destacando que as diferenças culturais podem enriquecer a parceria. A aproximação da Colômbia com Pequim, especialmente após a visita do presidente Gustavo Petro em 2023, é vista como uma vitória para a China, que já expandiu seu comércio com a região para mais de US$ 450 bilhões em 2022.
A deterioração das relações entre Bogotá e Washington, especialmente em temas como narcotráfico e segurança, pode abrir espaço para a influência chinesa. A experiência colombiana serve como um alerta para outros países, especialmente aqueles com desequilíbrios comerciais com os EUA, como a China, que já enfrentou tarifas durante o primeiro mandato de Trump. A possibilidade de uma nova tarifa de 10% sobre importações chinesas pode impactar severamente a economia do país, levando a uma possível retaliação e a uma prolongada batalha comercial.
Além da China, outros países asiáticos, como Vietnã, Japão e Coreia do Sul, também enfrentam riscos tarifários, dado seus superávits comerciais com os EUA. A região do Sudeste Asiático, que historicamente evita escolher entre as duas potências, deve considerar suas opções para atrair a atenção de Trump sem comprometer suas relações. A estabilidade e confiabilidade dos EUA como parceira comercial estão em jogo, especialmente com a imprevisibilidade que Trump trouxe ao cenário político.
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