05 de fev 2025
Repressão a colaboradores do regime de El Asad intensifica risco de violência sectária na Síria
A Síria enfrenta uma transição complexa após a queda de Bachar el Asad. O governo provisório, formado por islamistas do HTS, ainda não consolidou poder. Desde a queda de Asad, foram documentadas 327 execuções extrajudiciais. A violência sectária aumenta, com represálias e atentados em várias regiões. Justiça transicional é essencial, mas mecanismos permanecem pouco claros.
"Um combatente do grupo HTS verifica a identificação dos ocupantes de um veículo em um posto de controle na cidade de Homs em 22 de janeiro. (Foto: Spencer Platt/Getty Images)"
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A Síria enfrenta um momento de transição complexa, com um governo provisório formado por islamistas do grupo salafista Hayat Tahrir al Sham (HTS), que ainda não conseguiu estabelecer sua autoridade em todo o território. Apesar da rápida queda do regime de Bachar el Asad, muitos de seus apoiadores e membros das forças de segurança permanecem no país, resistindo à entrega de armas. Essa situação caótica tem gerado atos de vingança, especialmente nas áreas rurais, aumentando o risco de conflitos sectários.
A Rede Síria de Direitos Humanos documentou 327 execuções extrajudiciais desde a queda de Asad, atribuídas a facções armadas da antiga oposição e milícias curdas. Em janeiro, mais de 220 pessoas morreram em operações de represália, com dois terços das mortes ocorrendo nas províncias de Homs e Hama. O início de fevereiro também foi marcado por violência, com 24 civis mortos em atentados em Manbij, disputada por milícias proturcas e curdas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) aponta que muitos assassinatos em Homs e Hama são realizados por grupos ligados a antigos rebeldes, motivados por questões sectárias. O OSDH denunciou abusos, incluindo torturas e profanações de símbolos religiosos, durante operações de busca por colaboradores do regime anterior. Um dos incidentes mais graves ocorreu em Maryamin, onde forças de segurança atacaram indiscriminadamente, resultando em um número de mortos que varia entre 20 e 35.
O novo governador de Homs, Abdurrahman al Aama, prometeu responsabilizar os abusadores, mas a repressão gerou um clima de terror entre os civis. O líder do HTS, Ahmed al Shara, declarou que seu objetivo é alcançar a paz civil e perseguir criminosos, mas a falta de clareza sobre os mecanismos de justiça transicional levanta preocupações. Especialistas alertam que a situação é frágil e qualquer incidente pode desencadear mais violência sectária.
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