Zelensky nega ‘encercamento’ de tropas ucranianas em Kursk e critica Putin por mentir

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que as tropas ucranianas não estão cercadas pelas forças russas na região de Kursk, acusando o líder russo, Vladimir Putin, de “mentir” sobre a situação. A Ucrânia iniciou uma incursão em Kursk em agosto, capturando rapidamente território, o que marca a primeira invasão terrestre da Rússia por uma potência estrangeira desde a Segunda Guerra Mundial. O objetivo da campanha era desviar recursos de Moscou da linha de frente no leste e conquistar áreas que poderiam ser trocadas por território ucraniano ocupado.

Apesar de a Ucrânia estar em uma posição defensiva em Kursk, Zelensky e analistas militares contestaram as alegações de Putin, que afirmou que as forças russas cercaram os soldados ucranianos. Em uma declaração, Putin disse que era “impossível” para as tropas ucranianas escaparem, oferecendo apenas duas opções: “rendição ou morte”. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, também reforçou essas alegações após uma conversa com Putin, afirmando que milhares de soldados ucranianos estavam em uma posição vulnerável.

No entanto, tanto autoridades ucranianas quanto analistas independentes refutaram as afirmações de Putin e Trump. O Institute for the Study of War, um monitor de conflitos baseado nos EUA, declarou que não havia evidências geolocalizadas que indicassem que as forças russas cercaram um número significativo de tropas ucranianas em Kursk ou em qualquer outro lugar na linha de frente. A Ucrânia classificou as alegações de cercamento como falsas e manipulativas, afirmando que suas unidades em Kursk conseguiram se reagrupar e se retirar para posições defensivas mais vantajosas.

Zelensky, em uma atualização, reafirmou que as tropas ucranianas não estão cercadas e estão cumprindo suas tarefas. Embora alguns blogueiros militares russos tenham afirmado que a Ucrânia está perdendo território em Kursk, outros contestaram a ideia de que as forças de Moscou cercaram as tropas ucranianas. O ISW sugeriu que Putin estava fazendo alegações duvidosas para desviar a atenção de sua hesitação em relação a uma proposta de cessar-fogo apoiada pelos EUA. Enquanto isso, a Rússia anunciou a recaptura de Sudzha, a maior cidade anteriormente ocupada pela Ucrânia, o que enfraquece a posição de negociação de Kyiv.