Pope Francis reconhece erros da Igreja e busca reconciliação com comunidades indígenas

O Vaticano repudiou formalmente a "Doutrina da Descoberta" em 30 de março de 2023, reconhecendo que as bulas papais do século XV não refletiam a dignidade dos povos indígenas. Essa decisão é um desdobramento das longas solicitações de comunidades nativas para que a Igreja Católica reconhecesse suas ofensas históricas.

O Papa Francisco, ao longo de seu papado, tem abordado questões relacionadas a comunidades indígenas. Em julho de 2015, durante um encontro em Santa Cruz, na Bolívia, ele pediu perdão por crimes cometidos contra os povos nativos durante a colonização das Américas. Em setembro do mesmo ano, ele canonizou o missionário Junipero Serra, uma decisão que gerou críticas de ativistas indígenas, que o consideram responsável por abusos durante a colonização.

Em fevereiro de 2016, o Papa celebrou uma missa em San Cristóbal de las Casas, no México, onde incorporou elementos da cultura indígena, como danças e leituras em línguas nativas. Em julho de 2022, ele se desculpou em Alberta, Canadá, pela complicidade da Igreja no sistema de escolas residenciais que prejudicou as populações indígenas.

Apesar do repúdio à Doutrina da Descoberta, críticos afirmam que a revogação das bulas papais ainda é necessária. O Vaticano declarou que essas bulas nunca foram expressões da fé católica e não refletiram os direitos dos povos indígenas. A decisão do Vaticano é vista como um passo importante, mas ainda há um longo caminho a percorrer para reparar as injustiças históricas.