07 de jun 2025
Cuba envia jovens mercenários para a guerra na Ucrânia em busca de melhores salários
Cuba é acusada de recrutar mercenários para a guerra na Ucrânia, com relatos de jovens enganados e promessas não cumpridas.
Uma imagem tomada de um vídeo de soldados do Exército russo distribuído pelo Serviço de Pressa do Ministério da Defesa da Rússia, em 15 de maio de 2025. (Foto: AP)
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Dois jovens cubanos, Andorf Antonio Velázquez García e Álex Rolando Vega Díaz, revelaram em agosto de 2023 que foram enganados ao serem enviados para a guerra na Ucrânia. Eles afirmaram ter sido recrutados com promessas de trabalho em construção e salários de mais de 2 mil dólares. No entanto, acabaram na linha de frente do conflito, descrevendo a experiência como uma "estafa".
Essas declarações levantaram suspeitas sobre o envolvimento do governo cubano no recrutamento de mercenários para apoiar a Rússia. A Direção Geral de Inteligência do Ministério de Defesa da Ucrânia estima que cerca de 20 mil cubanos foram mobilizados desde o início da invasão russa em 2022. Entre 6 mil e 7 mil cubanos estariam atualmente no campo de batalha, tornando-se o segundo maior contingente de mercenários, atrás apenas dos mais de 10 mil enviados pela Coreia do Norte.
A situação é alarmante, com a Ucrânia relatando que entre 200 e 300 cubanos já perderam a vida no conflito. Histórias de cubanos mortos, como a de Raibel Palacio, de 21 anos, e Yansiel Morejón, de 26 anos, têm circulado nas redes sociais. O paradeiro de Andorf e Álex permanece desconhecido, levantando questões sobre o retorno dos recrutados.
Recrutamento e Promessas
O recrutamento de cubanos para a guerra tem sido facilitado por mulheres que oferecem contratos com salários atrativos e garantias de cidadania russa após um ano de serviço. Muitos jovens, em busca de uma saída da crise econômica em Cuba, assinam esses contratos sem compreender totalmente as implicações. Um cubano que vive na Rússia relatou que os recrutados são levados a uma comissaria militar para assinar contratos e, ao receber o pagamento inicial, são cobrados pelo custo da passagem.
A inteligência ucraniana também revelou que cerca de 40% dos cubanos recrutados pertencem ao aparato militar do governo. As promessas de pagamento, no entanto, frequentemente não são cumpridas, levando a suspeitas de que o governo cubano se beneficie financeiramente do recrutamento.
Apoio Cubano à Rússia
Desde o início da invasão, o governo cubano tem se mantido em silêncio sobre o envio de mercenários, embora tenha negado oficialmente qualquer envolvimento. No entanto, a prisão de 17 pessoas ligadas a uma rede de recrutamento e a liberação subsequente dos detidos indicam uma possível conivência do governo. Maryan Zablotskyy, membro da assembleia legislativa ucraniana, afirmou que "não há dúvida de que o regime de Cuba participa ativamente na guerra contra a Ucrânia".
A relação entre Cuba e Rússia é complexa, com a Rússia oferecendo apoio econômico à Cuba ao longo dos anos. O governo cubano, por sua vez, tem se beneficiado desse relacionamento, especialmente em tempos de crise. A situação dos cubanos recrutados para a guerra continua a ser uma questão delicada, com muitos enfrentando um futuro incerto.
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