30 de jun 2025

Mulheres iranianas lutam por liberdade e igualdade em meio à opressão
Mulheres iranianas intensificam protestos contra a opressão após a morte de Mahsa Amini, desafiando o regime teocrático.

Manifestantes seguram cartazes em apoio ao ativismo das mulheres no Irã (Foto: Dimitar Dilkoff / AFP)
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A Revolução Islâmica de 1979 no Irã resultou na queda do xá Reza Pahlavi e na imposição de um regime teocrático que restringiu severamente os direitos das mulheres, incluindo a obrigatoriedade do uso do véu. Recentes protestos, desencadeados pela morte de Mahsa Amini, evidenciam a crescente resistência ao regime e suas leis discriminatórias.
A luta das mulheres iranianas contra a opressão remonta à própria Revolução. Em 8 de março de 1979, uma grande manifestação ocorreu contra a imposição do hijab, onde mulheres enfrentaram vigilantes do novo regime. A frase "A liberdade não é ocidental nem oriental, é global" ecoou entre as manifestantes. Desde então, a resistência feminina se intensificou, com campanhas por direitos e protestos contra a repressão.
A professora de literatura Azar Nafisi, que viveu sob o regime, destaca em suas memórias o retrocesso que a Revolução trouxe para as mulheres. Ela afirma que, após a Revolução, as mulheres perderam direitos conquistados, como a participação ativa na política. Nafisi lembra que sua filha, nascida após a Revolução, enfrentou as mesmas restrições que sua avó e mãe.
A Luta Contínua
Desde 2006, as mulheres têm se mobilizado por mudanças em leis discriminatórias. O Movimento Verde de 2009, que denunciou fraudes eleitorais, trouxe à tona a imagem de Neda Agha-Soltan, assassinada durante os protestos. A luta pela liberdade e igualdade nunca cessou, com ações como a retirada do hijab em sinal de protesto.
Em 2022, a morte de Mahsa Amini sob custódia da polícia moral reacendeu as chamas da revolta. A polícia moral, uma consequência da rígida visão religiosa do regime, intensificou a indignação popular. A resistência das mulheres iranianas, que já dura décadas, continua a desafiar um sistema que busca controlar suas vidas.
A trajetória da Revolução Islâmica, marcada por um regime que impõe a sharia, revela a complexidade da luta por direitos. A história mostra que mudanças significativas não ocorrem por pressões externas, mas por uma oposição interna forte e organizada. A resistência das mulheres é um exemplo claro de que a busca por liberdade e igualdade é uma luta global, que transcende fronteiras e ideologias.
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