Política

Desaparecimentos em massa marcam a história de Colombia, Peru e Paraguai

Em 2024, Doris Tejada encontrou os restos de seu filho desaparecido há 17 anos na Colômbia. A Colômbia enfrenta desafios contínuos com mais de 124 mil desaparecidos desde conflitos. No Paraguai, a falta de accountability persiste, com apenas 15 corpos recuperados. O Peru ainda lida com o legado de 20 mil desaparecidos durante a insurgência de 1980 a 2000. A luta por justiça e memória histórica é crucial para as vítimas e suas famílias.

Fotos de pessoas que desapareceram durante o conflito armado interno do Peru (1980-2000) estão em exibição no museu Casa da Memória em Lima, Peru, no domingo, 20 de outubro de 2024. (Foto: AP Photo/Guadalupe Pardo)

Fotos de pessoas que desapareceram durante o conflito armado interno do Peru (1980-2000) estão em exibição no museu Casa da Memória em Lima, Peru, no domingo, 20 de outubro de 2024. (Foto: AP Photo/Guadalupe Pardo)

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Milhares de pessoas desapareceram na América Latina durante conflitos que se estenderam por décadas, com muitos considerados vítimas de ditaduras, insurgências ou crime organizado. Os casos mais conhecidos de desaparecimentos em massa ocorreram na Argentina e no Chile, durante suas ditaduras militares. No entanto, traumas semelhantes, embora menos divulgados, persistem em países como Peru, Colômbia e Paraguai, onde familiares ainda buscam respostas. No Peru, de cerca de 20 mil desaparecidos, apenas 3.200 restos mortais foram encontrados. Na Colômbia, mais de 124 mil pessoas estão desaparecidas após cinco décadas de guerra, enquanto no Paraguai, 500 pessoas desapareceram, com apenas 15 corpos recuperados.

Na Colômbia, a luta entre guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e forças governamentais resultou em mais de 450 mil mortes e 124 mil desaparecidos. Um pacto de paz de 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) rendeu ao então presidente Juan Manuel Santos o Prêmio Nobel da Paz. Contudo, a violência e a desigualdade, que alimentaram o conflito desde os anos 1960, continuam sem solução. O atual presidente, Gustavo Petro, busca desmobilizar grupos rebeldes e de tráfico, mas as negociações com o Exército de Libertação Nacional (ELN) falharam, e a violência ressurgiu. Instituições como a Comissão da Verdade e a Unidade de Busca de Pessoas Desaparecidas foram criadas para auxiliar na busca por desaparecidos, como no caso de Doris Tejada, que encontrou os restos de seu filho em 2024.

No Paraguai, a sombra da ditadura de Alfredo Stroessner, que durou 35 anos, ainda é sentida. Apesar de ter sido deposto em 1989, o partido Colorado, que o apoiava, permanece no poder, dificultando a responsabilização pelos crimes cometidos. Rogelio Goiburu, que busca seu pai há 47 anos, liderou a única grande escavação em busca de desaparecidos entre 2009 e 2013, resultando na identificação de apenas quatro corpos. A falta de accountability e a omissão do passado nas escolas dificultam a luta por memória e justiça.

O Peru também enfrenta as consequências de um período de insurgência brutal entre 1980 e 2000, quando cerca de 20 mil pessoas desapareceram devido ao conflito entre o governo e o grupo Sendero Luminoso. A violência não foi apenas perpetrada pelos insurgentes, mas também pelas forças armadas, que torturaram e executaram muitos inocentes. Apesar dos esforços de comissões de verdade e organizações internacionais, apenas 3.200 restos mortais foram encontrados, e há preocupações de que o governo atual possa reduzir o apoio às buscas. A luta por justiça e memória continua, refletindo o impacto duradouro da violência política na sociedade.

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