06 de fev 2025
Efeitos do vício em drogas se equiparam aos danos das mudanças climáticas
A produção de cocaína causa desmatamento e poluição em comunidades locais. O uso de drogas ilícitas aumentou 20% na última década, com 300 milhões de usuários. O Talibã proíbe cultivo de ópio no Afeganistão, afetando agricultores locais. Gangues criminosas se adaptam rapidamente a novas demandas e mercados na Ásia. Iniciativas como espaços seguros em Glasgow e políticas em Portugal mostram avanços.
Vício em drogas se espalha por todos os continentes e deve ser encarado como um problema tão grave quanto o aquecimento global. (Foto: Getty Images/Reprodução)
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A aceitação dos efeitos das mudanças climáticas levou décadas, com muitos relutando em conectar o aumento do uso de combustíveis fósseis ao aquecimento global e eventos climáticos extremos. Essa resistência é comparável à dificuldade em reconhecer os impactos da produção e consumo de drogas ilícitas, que também causam sofrimento social e ambiental. A demanda por cocaína, por exemplo, resulta em desmatamento na América do Sul e poluição de solo e água, afetando comunidades locais que dependem desses recursos para subsistência.
O uso de drogas ilícitas cresceu 20% na última década, com cerca de 300 milhões de pessoas consumindo substâncias como maconha, opioides e cocaína. A produção de cocaína está ligada à violência e exploração, com grupos criminosos ameaçando agricultores e traficantes. A glamorização do crime em mídias obscurece a realidade da miséria associada à cadeia de suprimento das drogas, que afeta comunidades desde a produção até o consumo.
As gangues de tráfico, especialmente na Europa, adaptam-se rapidamente às mudanças no mercado, explorando novas rotas e métodos de distribuição. A produção de drogas sintéticas, como metanfetamina, está em ascensão, pois não depende de cultivo agrícola. A European Union Drugs Agency destaca a complexidade das redes criminosas, que utilizam a desestabilização política para expandir suas operações, enquanto as autoridades frequentemente reagem de forma lenta e inadequada.
Iniciativas locais e mudanças de políticas em alguns países, como a Escócia e Portugal, mostram que é possível abordar o problema das drogas de forma mais humana e eficaz. A experiência pessoal é um motor poderoso para a mudança, mas a ignorância e o estigma ainda são barreiras significativas. O apelo é para que políticas baseadas em evidências sejam adotadas, reconhecendo que a solução para a crise das drogas deve envolver a sociedade como um todo, não apenas os governantes.
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