Política

Brasil despenca no ranking de corrupção e se iguala a países em crise

O Brasil caiu para a 107ª posição no ranking da Transparência Internacional, a pior desde 2012. O ministro Dias Toffoli anulou provas da Odebrecht, prejudicando investigações de corrupção. O Legislativo viu um aumento de 63% nas emendas parlamentares, levantando suspeitas de desvios. Decisões do STF têm favorecido réus da Operação Lava Jato, comprometendo a justiça. A falta de transparência nas emendas alimenta a percepção de corrupção no país.

Operação Lava-Jato: desmonte contribuiu para queda no ranking da Transparência (Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo)

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O Brasil registrou em 2023 a pior posição no ranking de percepção de corrupção da ONG Transparência Internacional desde o início da avaliação, em 2012, caindo para a 107ª posição entre 180 países. Enquanto países como Bulgária, Grécia, Itália e Romênia melhoraram, o Brasil se igualou a nações como Argélia, Nepal e Níger. O desmonte do combate à corrupção é evidente no Judiciário, onde decisões favoráveis a réus da Operação Lava-Jato, que admitiram crimes, têm sido frequentes.

O relatório aponta o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), como responsável por decisões que impactaram negativamente o combate à corrupção. Em 2023, Toffoli anulou provas do acordo de leniência da Odebrecht, o que, segundo a Transparência, teve um “efeito devastador” em 2024, resultando na anulação de mais de cem casos e beneficiando réus em várias jurisdições. Além disso, ele suspendeu multas bilionárias de grupos como J&F e Odebrecht, sem que o STF tenha analisado os recursos do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

No Legislativo, o uso de emendas parlamentares cresceu 63% entre 2022 e 2024, totalizando R$ 46 bilhões. Essa prática tem sido marcada pela opacidade, dificultando a identificação dos responsáveis pelo direcionamento dos recursos. Após a declaração de inconstitucionalidade das emendas do relator em 2022, parlamentares passaram a utilizar emendas de comissão como forma de ocultar a origem das decisões.

A Transparência Internacional elogiou as ações do ministro Flávio Dino, que tem promovido a transparência e a rastreabilidade dos gastos públicos. No entanto, as tentativas do Parlamento de enfraquecer a Lei da Ficha Limpa e anistiar os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro reforçam a percepção de leniência com a corrupção. A situação do Brasil no ranking de corrupção pode piorar ainda mais se essas práticas continuarem.

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