Política

Mudança na lei da improbidade reduz em 42% processos contra agentes públicos

A lei de improbidade administrativa, criada em 1992, visava combater a impunidade. Entre 2021 e 2023, processos contra agentes públicos caíram 42%, de 22 mil para 12.846. Mudanças em 2021 exigem comprovação de dolo, beneficiando políticos como Arthur Lira. Até outubro de 2024, 9.752 casos foram registrados, indicando continuidade da redução. Condenações por dano ao erário e violação de princípios administrativos somam 70% do total.

Plenário do STF durante sessão de julgamento (Foto: Gustavo Moreno/STF)

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Entre 2021 e 2023, o número de processos contra agentes públicos por improbidade administrativa caiu 42%, segundo dados do Anuário do Ministério Público, divulgado nesta segunda-feira. O total de casos passou de 22 mil para 12.846, uma redução atribuída a mudanças na legislação sancionada em 2021, que agora exige a comprovação da intenção de mau uso de recursos públicos para caracterizar improbidade. Até outubro de 2024, foram registrados 9.752 casos, indicando a continuidade dessa tendência.

A pesquisa também analisou o perfil das condenações por improbidade entre 1995 e 2024, totalizando 28.216 condenações. As principais razões para as condenações foram dano ao erário, com 36%, e violação dos princípios administrativos, com 34%. O enriquecimento ilícito representou 10% das condenações judiciais. A legislação, criada em 1992 para combater a impunidade durante o impeachment de Fernando Collor, foi flexibilizada em 2021, com o argumento de evitar excessos, como a perda de mandato por atrasos em prestações de contas.

A nova versão da lei, sancionada durante o governo de Jair Bolsonaro, alterou o entendimento sobre atos ilícitos, estabelecendo que a punição só ocorre se houver comprovação de dolo, ou seja, intenção de causar dano. Essa mudança beneficiou figuras como o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, absolvido em um caso relacionado ao colapso do sistema de saúde em Manaus durante a pandemia. O presidente da Câmara, Arthur Lira, também utilizou a flexibilização para pedir o arquivamento de uma ação em que já havia sido condenado.

Lira, que nega as acusações de desvios na Assembleia Legislativa de Alagoas, afirmou que não foi o autor da proposta de mudança na lei e não votou na sessão. A alteração na legislação teve apoio tanto de governistas quanto da oposição, refletindo um consenso sobre a necessidade de atualização das normas para evitar punições excessivas a gestores públicos.

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