Política

Cães são considerados 'impuros' e passear com eles vira crime em 20 cidades do Irã

Proibição de passear com cães se expande no Irã, atingindo 20 cidades. Autoridades prometem punições, mas tutores desafiam a lei.

Duas iranianas brincam com seus cães em um parque de Teerã, em 8 de junho de 2025, mesmo com o reforço das proibições (Foto: ATTA KENARE/AFP)

Duas iranianas brincam com seus cães em um parque de Teerã, em 8 de junho de 2025, mesmo com o reforço das proibições (Foto: ATTA KENARE/AFP)

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Autoridades iranianas ampliaram a proibição de passear com cães em vias públicas para pelo menos 20 cidades, incluindo Ilam, Isfahan e Kerman. A medida, que já estava em vigor em Teerã desde 2019, é justificada por preocupações com a saúde pública e segurança. Procuradores afirmam que a presença de cães representa uma ameaça à "paz e ao conforto" da sociedade.

A nova fase da proibição inclui também restrições para dirigir com cães. O procurador de Mashhad, Mohammad Doroudi, declarou que "passear com cães é um claro crime". As autoridades de Ilam anunciaram que "medidas legais" serão tomadas contra infratores, refletindo uma fiscalização que, segundo o jornal The New York Times, foi "negligente" nos últimos anos.

Apesar das restrições, muitos tutores continuam desafiando a lei, passeando com seus cães em áreas isoladas ou utilizando veículos para evitar a fiscalização. Não há uma legislação federal que proíba a posse de cães, mas as regras locais podem ser aplicadas pela polícia. Desde 2019, tutores já enfrentaram prisões e confisco de animais.

Contexto Cultural e Religioso

A proibição é sustentada por crenças religiosas que consideram os cães impuros no Islã. O líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, já emitiu uma fátua que justifica a proibição, afirmando que a saliva e os pelos dos cães tornam tudo o que tocam impuro. Em 2021, 75 legisladores condenaram a posse de cães como um "problema social destrutivo".

Críticos da medida argumentam que a polícia deveria priorizar a segurança pública, especialmente diante da escalada do crime no país. Veterinários expressam ceticismo quanto à aplicação rigorosa da lei, enquanto o número de jovens com animais de estimação continua a crescer, desafiando as normas sociais.

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