07 de jul 2025

Julgamento de padre acusado de abuso infantil é cancelado na Argentina
Vítimas de abuso sexual na Argentina buscam justiça em tribunais internacionais após arquivamento do caso do padre Sidders.

O padre Anatoly Raúl Sidders, capelão da escola San Vicente de Paul, em La Plata, na Argentina, foi acusado de abusar de uma menina de 11 anos (Foto: Reprodução/La Nacion)
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Recentemente, o processo contra o padre Anatoly Raúl Sidders, acusado de abuso sexual de uma menina de 11 anos, foi arquivado na Argentina devido à prescrição do crime. A decisão gerou indignação entre as vítimas e suas famílias, que agora buscam justiça em tribunais internacionais.
O caso de Sidders, capelão do colégio San Vicente de Paul, em La Plata, foi denunciado em 2020. A vítima, que tinha 32 anos na época, relatou abusos que ocorreram entre 2004 e 2008. Após a morte da denunciante em 2024, sua família decidiu continuar o processo judicial. No entanto, o 5º Juizado Criminal de La Plata decidiu que o caso estava "extinto por prescrição", concedendo liberdade imediata ao padre, que estava em prisão domiciliar desde 2020.
A juíza Carmen Rosa Palacios Arias fundamentou sua decisão em normas constitucionais que limitam a prescrição de crimes. A medida foi criticada por especialistas e defensores dos direitos humanos, que alertam para a possibilidade de um efeito cascata em outros casos de abuso. A organização Ending Clergy Abuse (ECA) expressou preocupação com a responsabilidade internacional da Argentina, afirmando que a decisão pode levar a mais ações em tribunais internacionais.
O Ministro da Justiça da Argentina, Mariano Cúneo Libarona, anunciou que reformas no Código Penal estão sendo consideradas para eliminar prazos de prescrição para crimes sexuais. Ele afirmou que crimes dessa natureza não devem ter prazo de prescrição, buscando garantir justiça para as vítimas. Especialistas ressaltam que, embora essa mudança seja um passo positivo, ela não será retroativa, o que pode deixar muitos casos sem resolução.
O caso de Sidders é um dos muitos que têm chamado a atenção na Argentina, onde denúncias de abuso sexual por membros da Igreja Católica têm se tornado cada vez mais frequentes. Com a pressão crescente por justiça, as vítimas e suas famílias continuam a lutar por reconhecimento e reparação, mesmo diante de decisões judiciais desfavoráveis.
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