Dieta hipocalórica pode não resultar em emagrecimento devido a variáveis metabólicas

A perda de peso ocorre quando o corpo consome mais energia do que ingere, utilizando as reservas de gordura para suprir essa demanda. Embora essa lógica pareça simples, a nutrição é complexa e envolve variáveis que podem influenciar o emagrecimento. Um nutricionista deve investigar fatores limitantes, como porções, hábitos alimentares e consumo de bebidas alcoólicas, que podem impactar o resultado esperado de um plano alimentar.

Para emagrecer, o nutricionista cria um plano hipocalórico, que contém menos calorias do que o necessário para manter o peso. O primeiro passo é calcular o gasto energético basal, que é a quantidade mínima de calorias que o corpo precisa para funcionar. Em seguida, estima-se o gasto energético total, que considera a atividade física. Contudo, a precisão desses cálculos pode variar conforme a composição corporal e outros fatores, o que torna essencial um acompanhamento profissional.

Pacientes que seguem dietas restritivas muitas vezes relatam estagnação no peso, mesmo com alimentação controlada e exercícios. Isso pode ocorrer devido a uma adaptação do corpo, que reduz a taxa de metabolismo basal em resposta à privação alimentar. Para verificar essa hipótese, é recomendável realizar exames que avaliem o metabolismo em repouso, como a calorimetria indireta, que mede o consumo de oxigênio e o gasto calórico.

O fisiologista Fernando Salles destaca que anos de dietas restritivas podem prejudicar o metabolismo basal, tornando o emagrecimento mais difícil. A solução, segundo ele, é aumentar a ingestão de alimentos e a atividade física, revertendo assim os efeitos da adaptação metabólica. Essa abordagem, embora simples, requer um planejamento cuidadoso e acompanhamento profissional para ser efetiva.