Adoçantes naturais: alternativas ao açúcar e seus impactos na saúde brasileira

O Brasil possui uma rica tradição no consumo de doces, influenciada pela cultura portuguesa, que se reflete na variedade de sobremesas e adoçantes naturais. A frase "De amarga já basta a vida" ilustra bem a preferência nacional pelo sabor doce. Gilberto Freyre, em sua obra "Açúcar: uma sociologia do doce", destaca que a arte dos doces no Brasil é uma das expressões mais marcantes da cultura nacional, com uma doçura que supera a de outros países.

Recentemente, a discussão sobre os edulcorantes naturais e suas alternativas ao açúcar refinado ganhou destaque. Esses adoçantes, obtidos de frutas, vegetais e cereais, incluem substâncias como glicose, frutose, eritritol e stevia. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprova esses produtos, que passam por avaliações rigorosas para garantir a segurança do consumo.

Os edulcorantes naturais, como o mel e o açúcar mascavo, contêm glicose e frutose, podendo causar os mesmos efeitos negativos à saúde que o açúcar refinado quando consumidos em excesso. Por outro lado, polióis como eritritol e xilitol têm menor valor calórico e não provocam picos de glicose, mas podem causar desconfortos gastrointestinais e têm um custo mais elevado.

A stevia, extraída da planta Stevia rebaudiana, é um adoçante natural com poder adoçante até quatrocentas vezes maior que o da sacarose. É pouco calórica e não altera os níveis de glicose ou insulina no sangue. Apesar de seu sabor amargo residual no passado, melhorias na indústria tornaram a stevia mais palatável, ampliando sua aceitação entre os consumidores. A recomendação geral é priorizar o doce natural dos alimentos.