Chá de hibisco traz benefícios e contraindicações para a saúde e bem-estar

O hibisco, ou Hibiscus sabdariffa L., é uma planta originária da Ásia e África Oriental, que se popularizou no Brasil durante o período colonial. Utilizada tanto para ornamentação quanto para consumo, especialmente na forma de chá, o hibisco é frequentemente associado à perda de peso e outros benefícios à saúde. No entanto, pesquisas recentes levantam dúvidas sobre a eficácia dessas alegações.

Estudos indicam que o hibisco é rico em vitamina C, antioxidantes e polifenóis, que podem ter propriedades benéficas. A nutricionista Vanderlí Marchiori, especialista em fitoterapia, destaca que as antocianinas, responsáveis pela coloração vermelha do chá, possuem propriedades anti-inflamatórias e diuréticas. Contudo, a relação entre o consumo do chá e a perda de peso ainda carece de evidências científicas robustas.

A professora Luciana Lopes, do departamento de Química da Universidade Federal de Lavras (UFLA), alerta que, embora o hibisco tenha potencial terapêutico, a ingestão em quantidades não recomendadas pode ser arriscada. Pesquisas iniciais não conseguiram confirmar a associação entre o chá de hibisco e a perda de peso, enfatizando a necessidade de mais estudos em humanos.

Efeitos e Precauções

Além da perda de peso, o hibisco é estudado por suas possíveis propriedades no controle da pressão arterial e redução do colesterol. No entanto, ainda não há consenso sobre esses efeitos. A planta pode atuar como um complemento, mas não deve substituir tratamentos médicos. O consumo do chá é desaconselhado para gestantes, lactantes e pessoas com pressão baixa ou problemas renais.

Para preparar o chá, recomenda-se ferver a água e deixá-la esfriar por cerca de cinco minutos antes de adicionar as flores de hibisco. A orientação é utilizar a flor natural, evitando sachês prontos. Após o preparo, o chá deve ser consumido em até 24 horas para garantir a qualidade.

Embora o hibisco apresente um sabor agradável e seja rico em antioxidantes, é fundamental que os consumidores estejam cientes de que atribuir efeitos farmacológicos ao chá sem comprovações científicas é inadequado. A pesquisa sobre o hibisco continua, e novas descobertas podem surgir nos próximos anos.