Geleiras do mundo enfrentam derretimento irreversível e aumento do nível do mar

Um estudo da Vrije Universiteit Brussel, na Bélgica, aponta que quase 40% das geleiras do mundo estão condenadas a derreter, mesmo que as temperaturas globais se estabilizem. A pesquisa indica que, até 2100, as geleiras, excluindo as grandes camadas de gelo, perderão cerca de 39% de sua massa em relação a 2020. Se o aquecimento global atingir 2,7°C, essa perda pode chegar a 75%.

Os pesquisadores alertam que essa situação pode elevar o nível do mar em 113 milímetros, afetando comunidades costeiras e prejudicando o abastecimento de água e a agricultura em regiões que dependem do derretimento das geleiras. O estudo foi publicado na revista Science e destaca que cada fração de grau a menos de aquecimento pode preservar gelo glacial.

Harry Zekollari, um dos autores do estudo, enfatiza que as escolhas atuais impactarão as geleiras por séculos. Ele afirma que evitar um aumento de apenas 0,1°C pode preservar 2,7 trilhões de toneladas de gelo. O estudo revela que, enquanto previsões anteriores indicavam uma perda de 20% até 2100, agora se projeta que 39% da massa global das geleiras está em risco.

Cenário Global

As regiões mais afetadas incluem o oeste dos Estados Unidos e o Canadá, onde 75% das geleiras podem desaparecer. O estudo utilizou modelos de simulação que mostraram uma tendência clara: quanto maior o aquecimento, maior a perda de massa das geleiras.

Os autores do estudo buscam transmitir uma mensagem de esperança, ressaltando que a redução das emissões globais pode ajudar a mitigar os impactos. A meta do Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento a 1,5°C, é crucial para preservar parte do gelo glacial. A pesquisa destaca que cada décimo de grau conta na luta contra as mudanças climáticas.