Saúde

Recortes na ajuda internacional ao HIV ameaçam décadas de avanços na saúde global

Cortes drásticos na ajuda internacional ao HIV ameaçam reverter décadas de progresso, com milhões em risco de novas infecções e mortes.

Um homem toma sua medicação para o HIV/sida, em Quênia, em uma fotografia de 2020. (Foto: ZUMA Press, Inc. / Alamy Stock Photo)

Um homem toma sua medicação para o HIV/sida, em Quênia, em uma fotografia de 2020. (Foto: ZUMA Press, Inc. / Alamy Stock Photo)

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Em fevereiro de 2025, os cinco maiores doadores globais no combate ao HIV anunciaram cortes de até 70% nas contribuições, com os Estados Unidos suspendendo temporariamente o PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio do HIV/SIDA). Essa decisão pode resultar em milhões de novas infecções e mortes.

Os países afetados, incluindo Reino Unido, França, Alemanha e Países Baixos, representam mais de 90% da ajuda internacional. A redução conjunta de 24% nas doações para 2025 e 2026 comprometeu décadas de progresso na luta contra o HIV, que havia visto uma queda significativa nas novas infecções e mortes.

Desde sua criação em 2003, o PEPFAR salvou cerca de 26 milhões de vidas em mais de 50 países, principalmente na África subsaariana. O programa financia medicamentos antirretrovirais, treinamento de profissionais de saúde e iniciativas de prevenção, como testes de HIV e distribuição de preservativos. A suspensão do PEPFAR pode gerar entre 4 e 10 milhões de novas infecções e até 2,93 milhões de mortes adicionais até 2030, segundo projeções da revista The Lancet HIV.

Impacto nas Populações Vulneráveis

Os cortes afetam diretamente programas de prevenção, como a transmissão de HIV de mães para filhos e a atenção pediátrica, que tiveram sucesso na redução de infecções em recém-nascidos. A falta de financiamento compromete também campanhas de conscientização e a distribuição de profilaxia pré-exposição (PrEP), essencial para pessoas em alto risco.

Grupos como trabalhadores sexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e usuários de drogas, que já enfrentam altas taxas de infecção, podem ser ainda mais marginalizados. A falta de recursos para prevenção resulta em novas infecções que poderiam ser evitadas.

Consequências Globais

Embora o foco esteja em países de baixa e média renda, a crise também impacta na Europa. Aproximadamente 50% dos novos diagnósticos de HIV na Espanha ocorrem em migrantes. O aumento de casos em outras regiões pode afetar a saúde global, tornando a situação ainda mais crítica.

Organizações como ONUsida e a OMS alertam que os cortes nas doações ameaçam reverter os avanços dos últimos anos. Para evitar um retrocesso, é crucial que os países mantenham seus compromissos de doação e reforcem a atenção primária, garantindo que o HIV não continue sendo uma ameaça global nas próximas décadas.

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