30 de abr 2025
Estados Unidos interrompem atendimento a milhões e ameaçam combate ao HIV globalmente
Cortes no PEPFAR ameaçam tratamento de HIV, com previsão de 11 milhões de novas infecções até 2030. A urgência é alarmante.
Congelamentos de ajuda estrangeira terão efeitos duradouros na luta contra o HIV/AIDS. (Foto: Eric Lafforgue/Art in All of Us/Corbis/Getty)
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Em janeiro de 2024, o programa PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS) enfrentou uma crise significativa. Cerca de 270 mil trabalhadores de saúde foram instruídos a interromper o atendimento a pacientes com HIV/AIDS devido a cortes de financiamento. Essa decisão pode resultar em um aumento alarmante de infecções e mortes relacionadas à AIDS até 2030.
O PEPFAR, que já forneceu tratamento a mais de 20 milhões de pessoas e testou 84 milhões para o vírus, agora enfrenta incertezas. Especialistas alertam que, se o financiamento global não for restaurado, até 11 milhões de novas infecções e 3 milhões de mortes adicionais podem ocorrer até 2030. O programa, que representa aproximadamente 70% da resposta global ao HIV/AIDS, já salvou 26 milhões de vidas.
A administração atual, liderada pelo presidente Donald Trump, desmantelou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que gerenciava a maior parte do PEPFAR. Em março, o Congresso não reautorizou o programa, deixando sua continuidade em dúvida. Eric Goosby, ex-coordenador global de AIDS dos EUA, descreve a situação como uma "abandonamento do cuidado".
Com o fim do PEPFAR, o progresso na luta contra a AIDS, que já havia mostrado avanços significativos, está ameaçado. O objetivo da ONU de reduzir novas infecções e mortes relacionadas à AIDS a 10% dos níveis de 2010 pode se tornar inatingível. A crise também destaca a necessidade de que países de baixa e média renda assumam a responsabilidade por suas respostas ao HIV, criando programas mais inovadores e responsáveis.
A interrupção do financiamento já resultou em 41 mil mortes de adultos e 4,5 mil mortes de crianças com HIV desde o congelamento de recursos. A infraestrutura que fornece antirretrovirais a 70% das pessoas vivendo com HIV pode ser desmantelada rapidamente, segundo especialistas. A situação exige uma resposta urgente para evitar um retrocesso devastador na luta contra a AIDS.
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