22 de jan 2025
Estudo revela contaminação alarmante por microplásticos em camarões no litoral paulista
Estudo da Unesp investiga microplásticos em camarões de sete barbas no litoral paulista. Alta contaminação: 80% a 90% dos camarões analisados apresentam microplásticos. Pesquisa avalia impacto na qualidade nutricional dos crustáceos para a saúde pública. Comparação entre ecossistemas industrializados e preservados revela riscos ambientais. Microplásticos, com menos de 5 mm, representam 92,4% dos detritos plásticos marinhos.
75% foi o reajuste do camarão-cinza no atacado (Foto: iStock)
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Um estudo de campo realizado no campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp) investiga o acúmulo de microplásticos em camarões-de-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri). O objetivo é avaliar os riscos ecológicos dessa poluição e os impactos potenciais na saúde humana, considerando a ingestão desses crustáceos pela população. A pesquisa, apoiada pela FAPESP no âmbito do Programa BIOTA, está sendo conduzida em duas regiões contrastantes: a Baixada Santista, com forte impacto ambiental, e Cananéia, uma área mais preservada.
Os dados preliminares indicam que 80% a 90% dos camarões analisados apresentam microplásticos em seus tratos gastrointestinais. Embora a quantidade varie entre os locais, a alta porcentagem de contaminação levanta preocupações sobre as consequências a longo prazo para consumidores e para o meio ambiente. A pós-doutoranda Daphine Herrera destaca que os camarões, por serem detritívoros, estão expostos a grandes quantidades de microplásticos presentes nos sedimentos marinhos, tornando-os modelos ideais para o estudo de bioacumulação.
Os microplásticos, partículas menores que 5 milímetros, representam 92,4% dos detritos plásticos marinhos e estão amplamente distribuídos no ambiente oceânico. Eles podem causar sérios danos à vida marinha e, consequentemente, aos seres humanos que consomem frutos do mar. O projeto da Unesp visa identificar os níveis de contaminação nos camarões pescados no litoral paulista e avaliar se essa contaminação afeta a qualidade nutricional dos crustáceos, especialmente na musculatura, que é a parte mais consumida.
A pesquisa abrange também aspectos como ciclo de vida e conservação de espécies, com foco em ecossistemas vitais como manguezais e estuários. Os pesquisadores buscam compreender melhor os efeitos da poluição marinha no Brasil e suas repercussões para a saúde pública, especialmente em um país onde o consumo de frutos do mar é significativo. A situação é considerada alarmante, e o estudo é um passo importante para abordar essa questão crítica.
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