Casos de sarampo nos Estados Unidos superam total de 2024 em apenas dois meses

Até 14 de março de 2025, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos registrou 301 casos de sarampo, superando o total de 285 casos contabilizados em todo o ano anterior. Este é o maior número de casos desde 2019, com uma morte confirmada e outra em investigação. Os casos estão distribuídos por diversos estados, incluindo Alasca, Califórnia, Flórida, Geórgia, Kentucky, Maryland, Nova Jersey, Novo México, Cidade de Nova York, Estado de Nova York, Pensilvânia, Rhode Island, Texas, Vermont e Washington.

Em 2025, foram relatados três surtos, com 93% dos casos (280 de 301) associados a esses surtos. Entre os infectados, 103 (34%) são crianças com menos de cinco anos, 126 (42%) são jovens entre cinco e dezenove anos e 63 (21%) são adultos com mais de vinte anos. A maioria dos casos envolve indivíduos com status de vacinação "não vacinado ou desconhecido" (95%), enquanto apenas 3% receberam uma dose da vacina e 2% completaram as duas doses recomendadas.

O aumento dos casos coincide com um crescimento do negacionismo em relação à vacinação nos Estados Unidos. Em particular, no oeste do Texas, autoridades de saúde expressam preocupação com a adesão a tratamentos sem comprovação científica, promovidos por figuras como o secretário de saúde Robert F. Kennedy Jr.. Algumas crianças gravemente doentes foram submetidas a tratamentos alternativos, como óleo de fígado de bacalhau, segundo Katherine Wells, diretora de saúde pública em Lubbock, Texas.

Atualmente, não há cura para o sarampo, apenas medicamentos para aliviar os sintomas. A vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção. Embora doses de vitamina A possam ser administradas em casos graves, não há evidências de que suplementos sejam eficazes para tratar ou prevenir a doença. Especialistas alertam que antibióticos podem ser utilizados para tratar infecções secundárias, mas não combatem o vírus do sarampo.