Estudo revela que dieta saudável é essencial para um envelhecimento com qualidade de vida

A alimentação durante a meia-idade pode influenciar significativamente a saúde na velhice, segundo um estudo publicado na revista Nature Medicine. Os pesquisadores acompanharam mais de 100 mil americanos por três décadas e descobriram que apenas 9,3% dos participantes alcançaram os setenta anos com boa saúde. Dietas ricas em frutas, vegetais, grãos integrais, nozes e laticínios com baixo teor de gordura foram associadas a melhores condições físicas e mentais, enquanto o consumo elevado de gorduras trans, sódio e carnes processadas correlacionou-se com piores resultados de saúde.

A pesquisa destaca que a dieta é um dos principais fatores de risco para doenças crônicas e mortalidade. Os autores definiram envelhecimento saudável como a ausência de onze doenças crônicas e sem deterioração cognitiva ou funcional. Embora o estudo não tenha considerado o momento da ingestão ou práticas como o jejum intermitente, os pesquisadores enfatizam a importância de uma alimentação saudável desde a gravidez, pois a dieta da mãe pode impactar a saúde futura da criança.

No Brasil, a classificação Nova, desenvolvida pelo Nupens da USP, também enfatiza a importância de evitar alimentos ultraprocessados e priorizar opções in natura. Estudos indicam que esses produtos estão associados ao envelhecimento precoce e a um aumento no risco de doenças como diabetes, hipertensão e até câncer. O consumo de ultraprocessados é responsável por cerca de 57 mil mortes prematuras anualmente no Brasil, afetando principalmente populações de baixa renda.

Os especialistas concordam que, embora a mudança de hábitos alimentares seja desafiadora, nunca é tarde para melhorar a dieta. A prática de exercícios, sono adequado e socialização também são fundamentais para a saúde na velhice. A pesquisa reforça que, para um envelhecimento saudável, é crucial adotar uma dieta equilibrada e rica em alimentos naturais, evitando excessos de produtos industrializados.