25 de mar 2025
Crianças amputadas em Gaza enfrentam desafios extremos após intensificação dos ataques israelenses
Crianças em Gaza enfrentam a maior crise de amputações da história moderna, com milhares aguardando tratamento em meio a bombardeios contínuos.
Ali Tafesh, de 14 anos, amputado após ataque israelense em Gaza. (Foto: Omar Qattaa/Getty Images)
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O rompimento do cessar-fogo em Gaza e a interrupção da ajuda humanitária por Israel resultaram em uma crise alarmante para as crianças do enclave palestino. A OCHA, agência da ONU, classificou a situação como o “maior conjunto de crianças amputadas na história moderna”. Desde o início do conflito, há 17 meses, a demanda por próteses e tratamentos médicos superou a oferta, com apenas 20% das necessidades atendidas durante um cessar-fogo temporário em janeiro, segundo Loay Abu Saif, da Medical Aid for Palestine.
Com a retomada dos ataques israelenses e o bloqueio total de suprimentos médicos a partir de 2 de março, o número de amputações continua a aumentar. Entre três e quatro mil crianças já sofreram amputações até novembro do ano passado, conforme especialistas em reabilitação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 17.500 pessoas necessitam de assistência para ferimentos graves nos membros, muitos dos quais poderiam ter sido evitados com tratamento adequado.
Organizações humanitárias, como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, tentam fornecer próteses e reabilitação, mas os recursos são limitados. A escassez de materiais para fabricar próteses é justificada por Israel com a alegação de que poderiam ser usados para fins militares. Enquanto isso, cerca de 13 mil pacientes aguardam autorização para sair de Gaza em busca de tratamento, mas as transferências têm diminuído devido à intensificação dos ataques.
A realidade nos acampamentos de refugiados agrava a recuperação das crianças amputadas, que enfrentam não apenas desafios físicos, mas também traumas psicológicos. Casos como o de Sila, que perdeu sua família em um ataque aéreo, e Reem, que perdeu uma mão, ilustram a gravidade da situação. Desde o início da ofensiva israelense em 7 de outubro de 2023, mais de 15 mil crianças foram mortas, incluindo quase cinco mil menores de seis anos, enquanto a destruição forçou o deslocamento de 90% da população de Gaza, que conta com 2,3 milhões de habitantes.
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