25 de abr 2025
Guerra em Gaza expõe população a riscos de câncer por contaminação com amianto
A guerra em Gaza não só causa mortes imediatas, mas também libera amianto, aumentando o risco de doenças respiratórias e câncer.
As rochas de amianto como estas são extraídas antes de serem processadas em materiais de construção que contêm amianto, como telhados. (Foto: BBC)
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A ofensiva militar israelense em Gaza, iniciada após um ataque do Hamas em outubro de 2023, resultou em mais de 53 mil mortes, principalmente entre civis. A destruição de edifícios liberou fibras de amianto, um material tóxico presente em construções antigas, aumentando o risco de doenças respiratórias e câncer.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estima que até 2,3 milhões de toneladas de entulho em Gaza podem estar contaminadas com amianto. Este mineral, amplamente utilizado em telhados de abrigos, libera fibras perigosas quando perturbado, que podem ser inaladas e causar condições graves, como asbestose e mesotelioma, um tipo agressivo de câncer de pulmão.
Especialistas alertam que a exposição ao amianto pode ter efeitos a longo prazo, com o desenvolvimento de doenças ocorrendo entre 20 e 60 anos após a exposição. O professor Bill Cookson, diretor do Centro Nacional de Pesquisa sobre Mesotelioma em Londres, destaca que mesmo pequenas inalações podem resultar em mesotelioma, uma doença que é frequentemente diagnosticada em estágios avançados.
A densidade populacional em Gaza, com cerca de 2,1 milhões de habitantes em 365 km², torna difícil evitar a inalação de fibras de amianto. A médica Chiara Lodi, coordenadora da ONG Medical Aid for Palestinians, observa que a população está mais preocupada com os bombardeios do que com os riscos à saúde causados pelo amianto.
Após conflitos anteriores, como em 2009, a ONU já havia encontrado amianto em escombros de Gaza. A remoção desse material contaminado é complexa e pode levar até 21 anos, com um custo estimado de R$ 1,2 bilhão. A situação atual exige uma gestão cuidadosa para evitar a liberação de fibras tóxicas durante o processo de reconstrução.
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