04 de mai 2025
Preços de alimentos disparam em Gaza e população enfrenta grave crise humanitária
Crisis humanitária em Gaza se agrava com aumento de até mil por cento nos preços de alimentos e desemprego de 68%. Desnutrição infantil alarmante.
Niños palestinos luchan por lograr comida en una cocina comunitaria en la ciudad de Jan Yunis, en el sur de Gaza, este sábado. (Foto: Associated Press/LaPresse)
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A situação em Gaza se agrava com o bloqueio israelense, que já dura mais de um ano e meio. Os preços dos alimentos dispararam até 1.000% nos últimos dois meses, enquanto a escassez de itens básicos como farinha e vegetais se torna crítica. O desemprego na região atinge 68%, e organizações humanitárias relatam alarmantes casos de desnutrição infantil.
A escassez de alimentos é evidente. O saco de farinha de 20 quilos, que custava R$ 10,00, agora varia entre R$ 1 mil e R$ 1,3 mil. Com 95% das reservas de farinha esgotadas, muitas mães tentam substituir o pão por espaguete, que também é caro, mas mais acessível. A falta de eletricidade e combustível para geradores complica ainda mais a situação, forçando famílias a cozinhar com madeira.
A responsável de comunicação da Oxfam International em Gaza, Ghada Alhaddad, relatou que muitas mães tentam fazer com que seus filhos durmam cedo para evitar queixarem-se de fome. Crianças estão sendo alimentadas com apenas uma refeição por dia, geralmente à noite. A situação é tão crítica que o Programa Mundial de Alimentos da ONU anunciou que suas reservas estão se esgotando rapidamente.
Crise Humanitária
A ONU identificou 10 mil casos de malnutrição aguda entre crianças de seis meses a cinco anos em Gaza. O número dobrou em apenas um mês. O Ministério da Saúde local confirmou a morte de uma bebê por desnutrição, elevando o total de mortes infantis por esse motivo a 54. O diretor geral de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, afirmou que a situação é uma "abominação".
Com o bloqueio, a agricultura e a pecuária estão devastadas. Israel restringe o acesso a terras cultiváveis e incendiou centenas de hectares de cultivo. A população de Gaza só pode acessar 31% do território, que já era o mais densamente povoado do mundo. A distribuição de ajuda humanitária está paralisada, e as agências buscam novos mecanismos para garantir que a assistência chegue à população sem que o grupo Hamas tenha acesso.
A crise em Gaza continua a se intensificar, com imagens de pessoas lutando por comida e recursos escassos se tornando cada vez mais comuns. A situação exige atenção urgente da comunidade internacional.
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