07 de mai 2025
MPF critica proposta da ANS para novos planos de saúde com cobertura limitada
MPF critica proposta da ANS para planos de saúde com cobertura restrita, alertando sobre riscos ao SUS e à qualidade do atendimento.
Nova modalidade passará por um período experimental de dois anos; a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) avalia que a proposta aumentará o acesso de brasileiros aos planos de saúde. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
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O Ministério Público Federal (MPF) criticou a proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de criar um novo modelo de plano de saúde com cobertura restrita. A nota técnica, divulgada recentemente, destaca que a proposta exclui internações e atendimentos de urgência, permitindo apenas consultas eletivas e exames.
O MPF aponta que a proposta carece de estudos que avaliem o impacto dos planos populares, especialmente para os beneficiários de planos tradicionais. A preocupação é que a migração para planos com cobertura limitada possa sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS) em casos que exigem atendimento mais complexo. Além disso, a procuradoria alerta que empresas podem optar por oferecer esses planos a seus funcionários devido ao custo reduzido, o que poderia resultar em um rebaixamento na qualidade dos serviços de saúde.
Críticas à Proposta
A ANS informou que está analisando a nota técnica do MPF, recebida em primeiro de maio. A agência defende que a nova modalidade de plano de saúde, que deve custar menos de R$ 100, visa aumentar o acesso à saúde para brasileiros que não podem arcar com planos tradicionais. A proposta inclui um período experimental de dois anos, durante o qual a ANS avaliará a viabilidade do modelo.
O MPF, no entanto, ressalta a ausência de uma Análise de Impacto Regulatório, essencial para mensurar as repercussões da nova modalidade. A nota técnica sugere que a ANS desenvolva um regramento específico para os novos planos, abordando aspectos como coberturas e garantias.
Participação do Ministério da Saúde
Outro ponto criticado pelo MPF é a falta de participação do Ministério da Saúde nas discussões sobre a proposta. Embora a ANS estime que a nova modalidade possa beneficiar cerca de oito milhões de brasileiros, especialistas alertam que isso pode comprometer a coordenação do cuidado, gerando novas filas no SUS para atendimentos não cobertos pelos planos.
O MPF enfatiza que um estudo técnico adequado é necessário para mapear os riscos à concorrência e os impactos para os consumidores. Atualmente, o mercado de saúde suplementar no Brasil atende a cinquenta e dois milhões de pessoas. A proposta da ANS deve ser revisada para garantir a proteção dos direitos dos usuários e a eficiência do sistema de saúde.
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