Saúde

Cientistas desenvolvem antídoto universal contra venenos de cobras a partir de sangue humano

Pesquisadores desenvolveram um antiveneno de amplo espectro a partir do sangue de Tim Friede, que se expôs a venenos de cobras.

Anticorpos do coletor de cobras Tim Friede, aqui com uma cobra d'água (Hydrodynastes gigas), foram usados para criar um antiveneno de amplo espectro. (Foto: Centivax)

Anticorpos do coletor de cobras Tim Friede, aqui com uma cobra d'água (Hydrodynastes gigas), foram usados para criar um antiveneno de amplo espectro. (Foto: Centivax)

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O desenvolvimento de um antiveneno de amplo espectro, capaz de proteger contra venenos de diversas cobras, foi alcançado por pesquisadores que utilizaram o sangue de Tim Friede, um colecionador de serpentes. Friede se expôs a picadas de cobras e injeções de veneno por mais de dezoito anos, totalizando 856 exposições. O estudo foi publicado na revista Cell e demonstra a eficácia do antiveneno em camundongos contra venenos de dezenove espécies de cobras, incluindo a temida cobra-rei.

Os pesquisadores identificaram dois anticorpos, LNX-D09 e SNX-B03, no sangue de Friede, que foram fundamentais para o desenvolvimento do antídoto. A pesquisa é considerada um avanço significativo, pois atualmente os antídotos disponíveis são específicos para poucas espécies, dificultando o tratamento em casos de picadas. Anualmente, entre 81 mil e 138 mil mortes são atribuídas a picadas de cobra no mundo.

Desafios Éticos e Econômicos

Apesar do progresso, o uso do sangue de um indivíduo que se expôs a riscos extremos levanta questões éticas. Jacob Glanville, coautor do estudo e CEO da Centivax, enfatizou que não se deve repetir a experiência de Friede. Além disso, o desenvolvimento de antídotos para picadas de cobra enfrenta barreiras econômicas, já que as empresas farmacêuticas tendem a priorizar doenças mais lucrativas.

O próximo passo envolve testar o antiveneno em animais maiores, uma vez que a toxicidade dos venenos pode variar entre espécies. A pesquisa ainda está em fase inicial, e a viabilidade comercial do antídoto permanece incerta. Especialistas alertam que, embora o estudo seja promissor, não se deve criar expectativas exageradas sobre um antídoto universal.

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