Estudo revela que dieta brasileira reduz expectativa de vida em quase seis minutos por refeição

Um novo estudo publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health revela que o brasileiro perde em média 5,89 minutos de vida por porção de comida consumida. A pesquisa, realizada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), analisou os 33 alimentos que mais contribuem para a ingestão energética no Brasil.

Os biscoitos recheados foram identificados como os piores, resultando em uma perda de 39,69 minutos de vida saudável, seguidos pela carne suína, que causa uma perda de 36,09 minutos. A análise utilizou o Índice Nutricional de Saúde (HENI), que estima minutos de vida ganhos ou perdidos com base nas características nutricionais dos alimentos. Dos trinta e três itens avaliados, 23 apresentaram HENI negativo, indicando um impacto prejudicial à saúde.

Os resultados indicam um padrão alimentar desequilibrado, com um aumento no consumo de ultraprocessados e carnes, em detrimento de frutas e verduras. A nutricionista Marhya Júlia Leite, uma das autoras do estudo, afirma que essa situação pode contribuir para o aumento de doenças crônicas, como a obesidade. Apesar de alimentos benéficos como arroz, feijão e banana estarem presentes na dieta, a pesquisa destaca a necessidade de um maior consumo de vegetais.

Os piores alimentos avaliados incluem:

1. Biscoito recheado (-39,69 minutos)
2. Carne suína (-36,09 minutos)
3. Margarina (-24,76 minutos)

Por outro lado, os alimentos com melhores avaliações foram:

1. Sucos em geral (+17,22 minutos)
2. Peixe de água doce (+17,22 minutos)
3. Banana (+8,08 minutos)
4. Feijão (+6,53 minutos)

A pesquisa ressalta que, embora nem toda refeição com esses alimentos resulte em perda de minutos de vida, os dados refletem um padrão alimentar geral que requer atenção. A nutricionista Leite enfatiza a importância de políticas públicas que incentivem o consumo de alimentos vegetais e a redução de ultraprocessados.