TDAH afeta milhões de brasileiros e é reconhecido como condição neurológica real

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta cerca de seis milhões de brasileiros adultos entre dezoito e cinquenta e nove anos. Recentemente, várias celebridades compartilharam seus diagnósticos, destacando a importância do tratamento e a desinformação que cerca a condição.

A apresentadora revelou em dois mil e vinte e um que foi diagnosticada com TDAH, mencionando sua inquietude e a dificuldade em manter o foco. O ex-participante de um reality show também relatou que recebeu o diagnóstico na adolescência, enfrentando problemas como a falta de atenção e esquecimentos. O cantor, por sua vez, anunciou em suas redes sociais que o diagnóstico mudou sua vida, proporcionando mais clareza e tranquilidade.

Diagnósticos e Tratamentos

O marido de uma influenciadora digital compartilhou que foi diagnosticado na infância e faz uso de medicamentos desde então. A apresentadora Tatá Werneck, diagnosticada em dois mil e dezesseis, optou por não seguir tratamento medicamentoso, temendo perder sua habilidade de improvisar. Ana Hickmann também revelou ter TDAH, respondendo a críticas sobre sua condição.

O médico João Borzino destaca que o TDAH é uma das condições neurológicas mais estudadas, mas ainda mal compreendidas. O diagnóstico é clínico e depende da avaliação de sintomas como desatenção e impulsividade, que devem estar presentes por pelo menos seis meses. Ele alerta que apenas profissionais de saúde mental qualificados podem realizar o diagnóstico.

Mitos e Realidades

Borzino observa que a popularização do TDAH nas redes sociais trouxe tanto informações úteis quanto desinformação. Muitas pessoas confundem distrações cotidianas com o transtorno, o que pode levar a diagnósticos apressados. O tratamento mais eficaz é multimodal, combinando diferentes abordagens, pois o TDAH não tem cura, mas pode ser manejado.

O médico também esclarece que a alimentação não causa TDAH, embora uma dieta equilibrada possa ajudar no bem-estar geral. O uso excessivo de telas não provoca o transtorno, mas pode agravar os sintomas em quem já o possui. Regular o uso de dispositivos eletrônicos pode ser benéfico no controle dos sintomas.

Borzino finaliza afirmando que, com o tratamento adequado, muitas pessoas com TDAH conseguem transformar desafios em pontos fortes, destacando características como criatividade e capacidade de improvisar.