10 de mai 2025
Cientistas desenvolvem soro antiofídico inovador a partir do sangue de homem que injetou veneno de cobra
Sangue de homem que injetou veneno de cobra por 18 anos revela anticorpos promissores para antídoto universal contra picadas.
A mamba-negra é certamente a cobra mais mortal do mundo (Foto: Getty Images)
Ouvir a notícia:
Cientistas desenvolvem soro antiofídico inovador a partir do sangue de homem que injetou veneno de cobra
Ouvir a notícia
Cientistas desenvolvem soro antiofídico inovador a partir do sangue de homem que injetou veneno de cobra - Cientistas desenvolvem soro antiofídico inovador a partir do sangue de homem que injetou veneno de cobra
Cientistas anunciaram que o sangue de Tim Friede, um americano que injetou veneno de cobra em si mesmo por dezoito anos, resultou em um soro antiofídico com eficácia incomparável. Os anticorpos presentes em seu sangue demonstraram proteção contra venenos de diversas espécies de cobras em testes com animais.
Friede, que sofreu mais de duzentas picadas e setecentas injeções de veneno, buscava desenvolver imunidade para melhorar terapias contra picadas de cobra, que causam até 140 mil mortes anuais. Inicialmente, sua intenção era se proteger ao lidar com cobras, mas ele acabou se dedicando a um projeto que poderia beneficiar muitas pessoas.
Pesquisadores da empresa de biotecnologia Centivax estudaram o sangue de Friede e identificaram dois anticorpos de ampla neutralização. Esses anticorpos foram combinados com uma droga existente, resultando em um coquetel antiofídico que protegeu camundongos de doses letais de veneno de treze das dezenove espécies de cobras venenosas testadas.
Avanços na Pesquisa
O veneno das cobras elapídeas, que inclui mambas e najas, é composto principalmente por neurotoxinas. A pesquisa se concentrou em anticorpos que atacam partes comuns dessas toxinas, ao invés de se focar nas variações específicas de cada espécie. O executivo-chefe da Centivax, Jacob Glanville, destacou que a amplitude de proteção oferecida pelos anticorpos de Friede é um avanço significativo.
Os pesquisadores estão agora refinando os anticorpos e explorando a possibilidade de adicionar um quarto componente ao coquetel, visando uma proteção total contra venenos de elapídeos. O professor Peter Kwong, da Universidade Columbia, acredita que em dez a quinze anos será possível desenvolver tratamentos eficazes contra todas as classes de toxinas presentes nos venenos de cobra.
Enquanto isso, a pesquisa continua com as amostras de sangue de Friede, que se sente satisfeito em contribuir para a saúde pública. Ele afirmou: "Estou fazendo algo de bom para a humanidade e isso era muito importante para mim."
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.