Hipocondria aumenta taxa de mortalidade e revela desafios no tratamento da doença

Um estudo realizado na Suécia revela que pessoas com hipocondria apresentam uma taxa de mortalidade superior à média, com 8,5 mortes por 1.000 pessoas-ano, em comparação a 5,5 mortes no grupo controle. A pesquisa, que abrangeu o período de janeiro de 1997 a dezembro de 2020, envolveu 4.129 indivíduos diagnosticados com a condição e 41.290 sem.

Os hipocondríacos, que se preocupam excessivamente com a saúde, frequentemente não recebem a atenção médica necessária. Durante o estudo, foram registradas 268 mortes entre os hipocondríacos e 1.761 no grupo controle. O aumento da mortalidade foi observado tanto em causas naturais quanto não naturais, sendo os suicídios a principal causa de morte não natural entre os hipocondríacos.

Impactos da Hipocondria

Os pesquisadores sugerem que a alta taxa de suicídio entre esses pacientes indica o sofrimento significativo que a hipocondria causa. Além disso, o estudo aponta que a ansiedade elevada pode comprometer o sistema imunológico, contribuindo para um aumento nas mortes por doenças respiratórias, circulatórias e do sistema nervoso. Não foi identificado um aumento nos casos de câncer entre os hipocondríacos.

A pesquisa destaca a necessidade de um tratamento mais eficaz para a hipocondria, que é frequentemente desconsiderada pelos profissionais de saúde. Os cientistas afirmam que a falta de seriedade atribuída à condição pode levar a diagnósticos tardios e a um manejo inadequado dos sintomas.

Conclusões do Estudo

Os resultados do estudo enfatizam que a hipocondria não deve ser vista apenas como um traço de personalidade, mas sim como uma doença psiquiátrica séria que requer atenção e tratamento adequados. A pesquisa foi publicada na Jama Psychiatry em 2024 e pode influenciar a forma como médicos e sociedade percebem e tratam essa condição.