19 de mai 2025
Crescem internações por doenças inflamatórias intestinais no Brasil em dez anos
Crescem as internações por doenças inflamatórias intestinais no Brasil, com novas terapias em estudo e alerta para diagnóstico precoce.
Doença de Crohn e retocolite são as principais formas de doença inflamatória intestinal (Foto: iStock/iStock)
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As doenças inflamatórias intestinais (DIIs), como a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, têm gerado um aumento significativo nas internações no Brasil. Nos últimos dez anos, as internações por essas condições cresceram 61%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e do Ministério da Saúde.
Entre 2015 e 2024, foram registrados mais de 170 mil atendimentos hospitalares por DIIs no Sistema Único de Saúde (SUS), com uma média de 15% de aumento na prevalência anual. Esses dados alarmantes reforçam a importância da campanha Maio Roxo, que visa conscientizar a população sobre essas doenças, com o dia mundial de conscientização em 19 de maio.
As DIIs afetam principalmente adolescentes e adultos jovens. A doença de Crohn pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, enquanto a retocolite ulcerativa se concentra no intestino grosso. A causa exata das DIIs ainda é desconhecida, mas fatores genéticos, imunológicos e ambientais são considerados. O tabagismo é um agravante conhecido na doença de Crohn.
Dados de Internações
O estado de São Paulo lidera o número de internações, com 25.175 casos, seguido por Maranhão (19.130), Minas Gerais (15.850) e Rio Grande do Sul (11.951). As internações estão concentradas em áreas urbanas e industrializadas. Um estudo publicado na The Lancet Regional Health – Americas revelou que a prevalência das DIIs aumentou em média 15% ao ano, atingindo 100 casos por 100 mil habitantes.
Os sintomas das DIIs incluem diarreia crônica, dor abdominal, urgência para evacuar, falta de apetite e fadiga intensa. Casos graves podem levar a complicações como anemia e obstrução intestinal. O diagnóstico envolve uma abordagem abrangente, incluindo exames laboratoriais e endoscópicos.
Tratamento e Novas Terapias
Atualmente, não há cura definitiva para as DIIs, e o tratamento visa controlar os sintomas e reduzir a inflamação. Mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável e a prática de exercícios, são recomendadas. O acompanhamento médico é essencial para determinar a medicação adequada, que pode incluir aminossalicilatos, imunossupressores e imunobiológicos.
Pesquisas recentes, como as apresentadas no congresso da American Society of Colon & Rectal Surgeons, exploram o uso de células-troncos no tratamento das DIIs, mostrando resultados promissores na redução da inflamação. Além disso, a versão brasileira do IBD Disk permite que os pacientes avaliem o impacto da doença em suas vidas, facilitando o acompanhamento médico.
Com o aumento das internações e da prevalência das DIIs, é fundamental que a população esteja atenta aos sinais do corpo e busque atendimento especializado para um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
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