21 de mai 2025
Brasil enfrenta desafios com 444 espécies invasoras que ameaçam biomas locais
Brasil enfrenta 444 espécies invasoras, com a ação humana como principal causa do desequilíbrio ambiental. Conheça os impactos.
Peixe tilápia (Foto: Germano Roberto Schüür / Wikimedia Commons)
Ouvir a notícia:
Brasil enfrenta desafios com 444 espécies invasoras que ameaçam biomas locais
Ouvir a notícia
Brasil enfrenta desafios com 444 espécies invasoras que ameaçam biomas locais - Brasil enfrenta desafios com 444 espécies invasoras que ameaçam biomas locais
Todos os biomas brasileiros enfrentam invasões biológicas, com espécies exóticas impactando a fauna e flora locais. Um estudo da Universidade Federal de Lavras (UFLA) revelou que o Brasil abriga 444 espécies invasoras, sendo a ação humana a principal responsável por esse desequilíbrio ambiental. A pesquisa, divulgada em 2024, destaca que 254 são animais, 188 plantas e duas algas.
A tilápia, espécie nativa da África, é um exemplo de invasor que se adaptou aos rios brasileiros, tornando-se popular entre os piscicultores. No entanto, sua presença causa sérios desequilíbrios nas bacias onde se dissemina. O geógrafo e ambientalista Carlos César Durigan, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), atribui a antropificação das paisagens naturais como a principal causa desse problema.
Causas das Invasões
Além da tilápia, outras atividades humanas contribuem para a introdução de espécies invasoras. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aponta que a pesca esportiva, aquicultura, tráfico de animais silvestres e a soltura de pets são fatores que intensificam esse cenário. Essas práticas alteram ecossistemas e favorecem a competição entre espécies nativas e invasoras.
Os impactos são significativos. O biólogo Guilherme José da Costa Silva alerta que a introdução de espécies de fora gera competição por recursos, podendo levar à extinção de espécies nativas. Além disso, há riscos de transmissão de doenças e parasitas, hibridização e alterações nas cadeias alimentares.
Medidas Governamentais
Para enfrentar esse desafio, o governo brasileiro instituiu, em 2018, a Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras. A iniciativa visa orientar ações de prevenção, manejo e controle de espécies invasoras. As prioridades incluem evitar a introdução de novas espécies e reduzir os impactos sobre a biodiversidade.
Durigan enfatiza a necessidade de conservar paisagens naturais para impedir a migração de espécies e controlar a população das já introduzidas. O controle sanitário em aeroportos e estradas também é crucial para barrar a entrada de novas espécies no país.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.