A obra "Anatomia de um Acidente" revela a crise de reprodutibilidade na pesquisa em psicologia social

A psicologia social enfrenta uma crise de reprodutibilidade, conforme destacado no livro "Anatomy of a Train Wreck" da historiadora Ruth Leys. O estudo seminal de mil novecentos e noventa e seis, que sugeriu que palavras associadas à idade, como "velho" e "cinza", poderiam fazer as pessoas andarem mais devagar, gerou um impacto significativo na área. No entanto, tentativas de replicar esse resultado falharam, levando a uma reavaliação das teorias de priming social.

Leys analisa a evolução do priming social e critica a abordagem de muitos psicólogos, incluindo o autor do estudo original, John Bargh. Ela argumenta que a diferença entre razões e causas nas ações humanas é frequentemente ignorada. Enquanto as razões refletem desejos e intenções, as causas podem ser influências externas que não necessariamente se alinham com a vontade do indivíduo.

A autora também menciona que a falta de replicação de resultados, como o "efeito do professor", levanta questões sobre a validade das conclusões tiradas de experimentos de priming. A crítica de Leys é fundamentada na obra da filósofa Elizabeth Anscombe, que enfatiza a importância de entender as motivações por trás das ações humanas.

"Anatomy of a Train Wreck" não apenas documenta a ascensão e queda do priming social, mas também convida à reflexão sobre como a psicologia deve abordar o estudo do comportamento humano. A obra promete ser uma leitura essencial para aqueles interessados em compreender as complexidades da mente humana e as influências que moldam nossas ações.