Saúde

Agricultoras do Recôncavo Baiano revitalizam cultivo da araruta diante da crise climática

Mulheres de Elísio Medrado revitalizam o cultivo da araruta, promovendo segurança alimentar e alternativas sustentáveis em meio à crise climática.

A agricultora Florisdete Santos, 52, colhe araruta em seu terreno, na região de Elísio Medrado, na Bahia (Foto: Rafaela Araújo/Folhapress)

A agricultora Florisdete Santos, 52, colhe araruta em seu terreno, na região de Elísio Medrado, na Bahia (Foto: Rafaela Araújo/Folhapress)

Ouvir a notícia

Agricultoras do Recôncavo Baiano revitalizam cultivo da araruta diante da crise climática - Agricultoras do Recôncavo Baiano revitalizam cultivo da araruta diante da crise climática

0:000:00

Florisdete Santos, 52 anos, está liderando um movimento para revitalizar o cultivo da araruta em Elísio Medrado, na Bahia. A raiz, que foi uma importante fonte de alimento na região, caiu em desuso em favor da mandioca. Com o projeto Resiliências Climáticas, da ONG Gambá, Florisdete e outras mulheres estão promovendo a araruta como uma alternativa sustentável e nutritiva, especialmente em tempos de crise climática.

A agricultora relembra sua infância, quando consumia mingau de araruta. "Meu pai sempre plantava e minha mãe fazia o mingau", conta. Com a crescente demanda por farinha de mandioca, a araruta foi esquecida. No entanto, após a recuperação de sua mãe, que enfrentava problemas de saúde, Florisdete redescobriu os benefícios da raiz. "Fiz o mingau e ela foi reagindo", relata.

O cultivo da araruta é uma estratégia para enfrentar a seca e a degradação do solo. O biólogo Rafael Freire, da ONG Gambá, destaca que a araruta é resistente a solos áridos e possui valor nutricional superior ao da mandioca. "É uma planta estratégica para segurança alimentar e restauração ecológica", afirma.

Atualmente, um grupo de 11 mulheres, incluindo Ailda Silva, 47 anos, está se dedicando ao cultivo da araruta. Apesar das dificuldades enfrentadas devido à seca, Ailda observa que a planta tem se mostrado promissora. "Consegui aproveitar as que reguei, e elas estão lindas", diz. A araruta pode ser cultivada o ano todo e seu preço pode chegar a R$ 35 por quilo, em contraste com os R$ 4 a R$ 6 da farinha de mandioca.

O manejo da araruta é mais simples, o que facilita o trabalho das mulheres. Florisdete explica que a raiz é menor e mais fácil de extrair. A produção atual ainda é modesta, mas as agricultoras esperam expandir a iniciativa e adquirir equipamentos para processar a fécula em maior escala. O projeto também busca resgatar saberes tradicionais e promover a segurança alimentar na região.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela