Saúde

SARS-CoV-2 ataca testículos e utiliza células para se reproduzir com eficácia

Estudo revela que SARS CoV 2 compromete células testiculares, reduzindo testosterona e colesterol em homens, aumentando risco de complicações.

Células testiculares infectadas pelo SARS-CoV-2. A) Proteína Spike viral (em amarelo); B) Citoplasma repleto de lipídios contendo colesterol. C e D) Partículas virais (setas) no lipídio e no interior de vesícula da célula (Foto: Salmo Azambuja De Oliveira et al./Frontiers in Cellular and Infection Microbiology)

Células testiculares infectadas pelo SARS-CoV-2. A) Proteína Spike viral (em amarelo); B) Citoplasma repleto de lipídios contendo colesterol. C e D) Partículas virais (setas) no lipídio e no interior de vesícula da célula (Foto: Salmo Azambuja De Oliveira et al./Frontiers in Cellular and Infection Microbiology)

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Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Um estudo recente revelou que o SARS-CoV-2 sequestra células testiculares para se replicar, prejudicando a produção de testosterona. Pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) analisaram testículos de camundongos transgênicos e encontraram partículas do vírus em células de Leydig, responsáveis pela produção do hormônio.

A pesquisa, publicada na Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, identificou que o vírus utiliza as vias metabólicas das células testiculares, alterando o metabolismo lipídico e o colesterol, essencial para a síntese de testosterona. Estela Sasso-Cerri, coordenadora do estudo, destacou que as células de Leydig expressam altas concentrações do receptor ACE2, facilitando a entrada do vírus.

Os pesquisadores observaram que, após a infecção, as células de Leydig não apenas reduziram a produção de testosterona, mas também passaram a produzir citocinas pró-inflamatórias, alterando seu perfil funcional. Salmo Azambuja de Oliveira, primeiro autor do estudo, ressaltou que essa resposta imunológica pode interferir ainda mais na produção hormonal.

Os resultados corroboram a observação clínica de que homens com COVID-19 grave apresentam níveis baixos de colesterol e testosterona. A pesquisa sugere que a infecção viral pode explicar a maior vulnerabilidade e taxa de mortalidade masculina em comparação às mulheres. Além disso, abre caminho para o desenvolvimento de marcadores de severidade da COVID-19 e possíveis terapias que atuem no metabolismo lipídico.

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