07 de jul 2025

Ar-condicionado é raro na Europa: entenda os motivos dessa diferença cultural
O calor extremo na Europa já causou pelo menos oito mortes, enquanto a falta de ar condicionado agrava a crise de saúde pública.

Onda de calor na Europa em junho de 2025 (Foto: Ludovic MARIN / AFP)
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Ao menos oito pessoas perderam a vida devido ao calor extremo que atinge a Europa, com temperaturas superando 40ºC. Embora ondas de calor não sejam novidade na região, a intensidade atual é alarmante. Apenas 20% das residências europeias possuem ar-condicionado, e em países como o Reino Unido e a Alemanha, esse número é ainda menor, com 5% e 3%, respectivamente.
Historicamente, a Europa não necessitava de ar-condicionado, pois as ondas de calor eram menos severas. A arquitetura local, com paredes grossas e janelas projetadas para evitar a entrada direta do sol, ajudava a manter os ambientes frescos. No entanto, a situação mudou, e a demanda por ar-condicionado aumentou. Desde 1990, o número de unidades na Europa mais que dobrou.
Desafios e Políticas
A questão do ar-condicionado também envolve considerações políticas. Com o compromisso de se tornar neutra em carbono até 2050, a Europa vê esses aparelhos como um obstáculo, já que consomem muita energia, frequentemente gerada a partir de combustíveis fósseis. Na França, a líder da extrema-direita, Marine Le Pen, anunciou um "grande plano nacional de ar-condicionado" em resposta à crescente preocupação com o calor.
Os sistemas de transporte público, como os metrôs de Paris, refletem essa resistência, pois não possuem ar-condicionado. A Organização Meteorológica Mundial alerta que, até 2050, quase metade da população europeia estará exposta a um alto risco de estresse térmico a cada verão. A combinação de temperaturas crescentes e infraestrutura inadequada coloca a saúde pública em risco.
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