07 de jul 2025

Cientistas investigam relação entre doença de Alzheimer e vírus do herpes
Estudos revelam que a encefalite viral eleva em até 30 vezes o risco de Alzheimer, enquanto a vacina contra varicela zoster pode ajudar na prevenção.

Estudos recentes investigam se infecções virais, como as causadas pelo vírus do herpes, podem estar associadas ao desenvolvimento da doença de Alzheimer (Foto: Freepik)
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A doença de Alzheimer, uma patologia neurodegenerativa que afeta principalmente idosos, apresenta cerca de 1,2 milhão de casos na França e 100 mil novos diagnósticos anuais no Brasil. Pesquisas recentes revelam que a encefalite viral pode aumentar em 20 a 30 vezes o risco de desenvolver Alzheimer, enquanto a vacinação contra o vírus varicela-zoster pode reduzir significativamente essa probabilidade.
Estudos publicados em revistas científicas de renome sustentam a hipótese de uma conexão entre Alzheimer e a exposição ao vírus do herpes. A doença é caracterizada por lesões cerebrais que se espalham por diversas áreas do cérebro, resultando em problemas de memória e raciocínio. Os mecanismos exatos que levam ao Alzheimer ainda são mal compreendidos, mas a identificação de fatores de risco é uma prioridade nas pesquisas.
Um artigo recente na revista Neuron analisou coortes na Finlândia e no Reino Unido, mostrando que a encefalite viral aumenta o risco de Alzheimer. Essas descobertas seguem outras pesquisas que indicam um risco elevado após infecções pelo herpes simples tipo 1 (HSV-1). Além disso, tratamentos antivirais demonstraram ter um efeito protetor.
Implicações da Vacinação
Estudos em países como País de Gales, Austrália e EUA indicam que a vacinação contra o vírus varicela-zoster reduz o risco de demência. A hipótese de que infecções virais, especialmente da família herpes, estejam ligadas ao Alzheimer não é nova. O neurologista canadense Melvyn Ball já sugeria, há mais de 40 anos, que reativações do HSV-1 poderiam causar degeneração cerebral.
Pesquisas posteriores identificaram assinaturas virais nos cérebros de pacientes com Alzheimer, mas a relação entre infecção e a doença ainda precisa ser investigada com cautela. A presença de material viral não prova uma relação de causa e efeito, e o Alzheimer pode tornar o organismo mais suscetível a infecções.
Avanços na Pesquisa
A compreensão da relação entre infecções virais e Alzheimer está avançando. O peptídeo Aβ, presente nas placas amiloides, possui funções antimicrobianas e pode participar da resposta imunológica. Estudos em laboratório mostraram que a infecção pelo HSV-1 pode induzir a superprodução de Aβ e proteínas tau, marcadores do Alzheimer.
A validação dessas hipóteses exigirá mais pesquisas, incluindo estudos em animais e organoides cerebrais. A colaboração entre áreas como virologia, neurologia e epidemiologia é essencial para confirmar o papel de agentes virais no Alzheimer e em outras doenças neurodegenerativas. Identificar esses fatores pode abrir novas possibilidades para abordagens preventivas e terapêuticas.
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