Exossomos: a nova promessa de tratamento que carece de comprovação científica

Exosomes estão ganhando destaque como um tratamento inovador para uma variedade de condições, incluindo queda de cabelo, acne, doenças neurológicas e até mesmo covid longa. Embora sejam promovidos como uma solução milagrosa, com preços que podem ultrapassar milhares de dólares, a comunidade científica ainda não compreende completamente como funcionam ou quais são seus componentes exatos. Leigh Turner, bioeticista da Universidade da Califórnia, Irvine, observa que os riscos são frequentemente minimizados e os benefícios exagerados, alertando que "exossomos emergiram como uma espécie de panaceia para quase tudo."

Os exossomos, que são partículas minúsculas liberadas por células, têm uma composição que varia amplamente, dependendo da origem celular. Eles foram inicialmente considerados como "sacos de lixo" celulares, mas pesquisas sugerem que podem facilitar a comunicação entre células. No entanto, a falta de estudos rigorosos levanta preocupações sobre a segurança de tratamentos que utilizam essas partículas, que ainda não foram aprovados por agências reguladoras nos Estados Unidos, Reino Unido ou Europa. O mercado global de produtos de cuidados com a pele à base de exossomos foi avaliado em R$ 256 milhões em 2023 e deve crescer para R$ 674 milhões nos próximos seis anos.

Embora muitos centros estéticos e clínicas de células-tronco estejam oferecendo esses tratamentos, a eficácia e a segurança dos exossomos ainda são questionadas. Dev Patel, proprietário de uma clínica no Reino Unido, relata que a demanda por tratamentos que prometem rejuvenescimento da pele está aumentando, mas admite que não há dados suficientes para garantir a eficácia dos exossomos. Sarah, uma paciente que experimentou o tratamento, expressou ceticismo sobre os resultados, afirmando que não viu redução nas cicatrizes de acne após três sessões.

A falta de regulamentação e padrões de fabricação para exossomos utilizados em tratamentos humanos é uma preocupação significativa. Embora alguns defendam que exossomos derivados de células humanas são mais eficazes, outros argumentam que exossomos de origem animal, como os de testículos de salmão, podem ser mais seguros. No entanto, a ausência de estudos rigorosos que comparem esses diferentes tipos de exossomos impede conclusões definitivas sobre sua segurança e eficácia. A comunidade científica continua a alertar sobre a necessidade de mais pesquisas antes que esses tratamentos possam ser considerados seguros e eficazes.